Colunas

"I Love Paraisópolis" mostra como se faz novela bem feita e se destaca

Antenado


brunamarquezine-tatawerneck-iloveparaisopolis.jpg
Divulgação/TV Globo

Pra uma novela conquistar o público, não basta só carisma de seus personagens principais, é preciso um roteiro correto e sem problemas estruturais. Lógico, se puder revolucionar a roda, ótimo, mas nem sempre isso é necessário.

Antes de "I Love Paraisópolis", foi ao ar "Alto Astral". Uma trama água com açúcar, mas que fez o feijão com arroz e se deu bem, subindo o horário. Depois de duas semanas, a novela de Alcides Nogueira e Mário Teixeira se mostra melhor do que a antecessora, no mesmo período.

O roteiro da trama é doce, correto, divertido, leve, mas não deixa o lado mais pesado quando necessário. A direção de Carlos Araújo e Wolf Maya é extremamente correta, não dando estereótipos e colocando um tom exagerado de propósito ao papel de Letícia Spiller, a vilã Soraya.

Falando no elenco, ele é o maior trunfo de "I Love Paraisópolis" até agora. O casal protagonista feito por Bruna Marquezine e Maurício Destri explode em química, e Bruna finalmente tem um papel com um bom roteiro para explorar o seu talento, que é inegável. Já Destri, mesmo novato, é seguro e não é apenas um rosto bonito, dando o tom correto para o até complexo Benjamim.

Já Tatá Werneck, injustamente, vem sendo acusada por uns de "repetir o mesmo papel" que teve em "Amor à Vida", o que é uma tremenda bobagem. O estilo de interpretação é completamente diferente, e Tatá está segurando muito bem a onda. Sobre sua dicção, não vi também qualquer problema. Acho que é um exagero de algumas pessoas, mas não sou fonoaudiólogo para dizer algo mais concreto.

Maria Casadevall é outra que também se destaca. Depois de uma personagem ruim em "Amor à Vida", ela já havia mostrado o seu grande potencial no seriado "Lili, a Ex", do GNT. Agora, com um tipo decente na televisão, Maria mostra todo seu talento como atriz.

Já sobre Caio Castro, ele virou uma interrogação na minha cabeça. Nos três primeiros capítulos, sua interpretação era estranha, com um sotaque mais estranho ainda. Porém, nesta semana, principalmente nas cenas de embate entre Grego com Mari e Benjamim, Caio foi extremamente seguro e bem, o que é raro considerando que ele não é um bom ator. Vale destacar essa fase dele, porque mostra uma evolução.

Continuando sobre os vilões, Letícia Spiller está caricata, bem acima do tom - por algum motivo, me lembrei da sua vilã em "Suave Veneno" -, mas pelo que parece, este acima do tom é um desejo da própria direção. Henri Castelli também mostra segurança com o dúbio Gabo, e promete bons momentos.

"I Love Paraisópolis" tem sido correta, direta e tem mostrado para o telespectador que para fazer novela bem feita, não precisa de absolutamente nada de mirabolante. Apenas mocinhos e vilões com bons argumentos, e uma história bem estruturada.

"Babilônia", que virou outra novela e agora não agrada nem gregos e troianos, deveria aprender um pouco com a trama das 19h. Não é à toa que "I Love Paraisópolis" tem números maiores que a das 21h.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado