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O Observador: "Carrossel" conseguiu o impossível


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Divulgação/SBT
“Carrossel” conseguiu o impossível. Segundo o jornalista Daniel Castro, a esmagadora audiência da nova novela do SBT não se deve tanto quanto imaginavam à retirada de público das emissoras concorrentes, mas dos outros meios de diversão das crianças e pré-adolescentes. É como se, sozinha, o folhetim tivesse conseguido vencer uma guerra que muitos já davam como perdida: a da TV para com o videogame e a internet.
 
Ainda de acordo com a publicação, no horário em que “Carrossel” é exibida, a Record perdeu 0,9, a Globo 0,5 e a RedeTV! 0,8 ponto no Ibope. O SBT cresceu incríveis 8 pontos. Tirou 1,2 do público do videogame, 1,8 dos canais infantis da TV paga e 4 pontos de televisores que, antes, estavam desligados.
 
O resultado dessa rápida pesquisa mostra que a internet não pode ser encarada como um monstro invencível pelas grandes emissoras de televisão.
 
A grande realidade é que o público brasileiro que deixou de ver TV e passou a usar a internet - a maioria adolescentes e crianças - teve motivos para deixar de ver TV. Não foi de uma hora pra outra. A falta de conteúdo que agradasse esse público fez com que fosse buscar em outros meios de diversão, o que o mercado televisivo já não era capaz de dar.
 
Desde antes da estreia de “Carrossel”, isso é um fato. Ao analisar a audiência de “Malhação”, fica evidente que muita gente saiu da frente da TV. Em 2004, a audiência média da novelinha teen da Globo foi de 32 pontos. Já a da temporada 2011 foi de 20. Ou seja, 12 pontos simplesmente evaporaram da televisão, já que muito pouco foi pra concorrência na TV aberta.
 
Todo mundo sabia disso, mas poucos tentaram – todos sem sucesso - resgatar essas pessoas que migraram da televisão. “Carrossel” só veio mostrar que era possível resgatá-las. E fez isso com muita competência. Merece todos os méritos por isso. A novela não esfriou nem no terceiro capítulo – foram 12 pontos de média nos números prévios, que podem sofrer alterações.
 
Essa coisa de mérito só existe quando o auditório levanta e grita "ele merece" para o vencedor, disse Rosana Hermann, jornalista da Record. É por aí mesmo. Os números mostram que o público está aplaudindo de pé.
 
 
Breno Cunha escreve sobre mídia e televisão há quatro anos, passou por vários sites, onde sempre foi conhecido por grandes discussões provocadas por suas críticas. Agora ele está no NaTelinha. Twitter: @cunhabreno
 
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