Publicado em 13/07/2022 às 16:49:00,
atualizado em 13/07/2022 às 17:04:45
A Jovem Pan News emitiu um comunicado após ser acusada de apologia ao estupro por exibir o vídeo do anestesista Giovanni Quintella abusando de uma paciente sem desfocar a imagem ou inserir uma tarja. O prédio da emissora chegou a ser alvo de protestos por parte de mulheres do MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.
"Ao contrário do que foi noticiado por alguns sites, as imagens exibidas pela Jovem Pan na última segunda-feira (11) não expõem a vítima de estupro cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra", diz o início da nota enviada ao NaTelinha.
Na sequência, a empresa se explica. "Durante a entrada ao vivo de repórter com atualizações do caso, exibimos trecho de vídeo gravado pelos denunciantes do crime. Essas imagens, mesmo sem o blur, não revelam a identidade e a imagem da vítima, além de não mostrarem explicitamente o ato violento".
"Desde que o caso foi revelado, a Jovem Pan adotou os cuidados necessários para exercer o trabalho de informar e preservar os direitos da vítima, como é praxe em situações como essa", segue o texto.
Por fim, a Jovem Pan diz que espera que o médico seja responsabilizado por seus atos. "A Jovem Pan repudia o ato criminoso e confia que as autoridades cumprirão com o dever de investigar e punir o responsável pelas atrocidades denunciadas, garantindo assim que as vítimas consigam justiça".
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O prédio que abriga a sede da Jovem Pan, no centro de São Paulo, foi alvo de protestos nesta quarta-feira (13). Mulheres do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) organizaram uma manifestação com cartazes e gritos de palavras de ordem em repúdio à forma como o canal exibiu o vídeo do estupro cometido por um médico anestesista contra uma mulher em trabalho de parto no Rio de Janeiro.
Na última segunda-feira (11), a Jovem Pan News colocou no ar as imagens do médico Giovanni Quintella estuprando de uma paciente que estava sedada sem tarja nem desfoque, ou seja, sem preservar a identidade da vítima.
O grupo de mulheres acusa a emissora de apologia ao estupro. "Jovem Pan baixa, machista, misógina", dizia o cartaz segurado por uma das manifestantes. "Depois do não, tudo é assédio" e "Não temos um dia de paz. O Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e feminicídio a cada sete horas" eram outras mensagens exibidas pelo movimento.
As mulheres do MTST ainda estavam com as mãos pintadas com tinta vermelha, simbolizando sangue. No perfil oficial do movimento no Instagram, foi publicado um registro do protesto. "A voz das mulheres resiste e ecoa! A ação do coletivo do MTST Mulheres em Movimento seguiu firme para a Jovem Pan! Não aceitamos mais uma violação de nossos corpos", diz o início do texto.
"Basta de expor a vítima de um estupro num centro cirúrgico em veículos de informação sem qualquer tarja que proteja seu corpo e sua vida! Exigimos reparação e respeito! É pela vida e pela integridade das mulheres", completa a publicação.
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