Publicado em 14/10/2020 às 06:30:41
Completando seis anos à frente do Balanço Geral no Rio de Janeiro, o apresentador Tino Júnior comemora o aprendizado ao longo desse período. "A gente tem que aprender, uma sede de se superar a cada dia. É um desafio. Quando acordo, penso que é o melhor dia da vida", destaca ao NaTelinha, que também revela o que não faria em busca de audiência. "Eu não curto assistencialismo. Acho que ninguém curte. Tá meio batido, né?", dispara.
Para o profissional, comunicação tem que ser popular, e não popularesca, entregando sempre o melhor trabalho. "São seis anos de uma luta excitante. De desafios maravilhosos. E sou movido pelo desafio. Sou completamente apaixonado pela televisão. A televisão me fascina. Comecei no rádio e a TV me fascina muito pelo imediatismo da audiência. A gente saber o que tá acontecendo. Cobrir com imagem", orgulha-se.
Se sentindo parte da vida das pessoas, Tino cita a diferença do rádio, de onde veio, para a TV: "No rádio a gente cria a imagem na cabeça do ouvinte. Na televisão, você complementa a imagem. Ela vale mais que mil palavras e a gente já aprendeu isso. E quando você tá cobrindo alguma coisa que tá acontecendo, quando está ao vivo, você vai complementar com o teu conhecimento, com teu achismo. O Balanço Geral me dá essa oportunidade. E a gente vai, no ar, junto com o telespectador, tentando entender o que está acontecendo".
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Ao longo desta mais de meia década, Tino destaca que não é fã do assistencialismo, praticado por inúmeros programas na televisão, mas se deparou com alguns episódios que teve que intervir: "Um [caso] que marcou foi uma criança que precisava de uma UTI Neonatal e o pai desesperado entrou ao vivo. Entrei, abracei o caso, tive liberdade e nós conseguimos. A pressão da TV, o peso da TV fez com que arrumassem a UTI Neonatal e a criança foi salva. Estava entre a vida e a morte. Foi incrível pra mim. No dia que a gente conseguiu, dei a notícia ao pai, tínhamos feito contato e conseguido para ele. E no dia seguinte, o pai entrou agradecendo que o bebê estava salvo e bem de saúde. Um senhor também precisava de cirurgia cardíaca e tudo aconteceu...".
Ele também recorda outra, mas esta nem tão agradável: "Uma batida de trem aqui no Rio. Fiquei o tempo todo narrando o salvamento do maquinista preso as ferragens. E no finalzinho nem tivemos A Hora do Venenosa. E no finalzinho do programa, ele foi salvo das ferragens. Me lembro do Capitão Rodrigo do Corpo de Bombeiros. Eles não davam entrevistas porque estavam focados no salvamento. Tiraram, tentaram reanimar, mas o maquinista morreu".
"Foi marcante, foi duro. E algumas coberturas pesadas, quando falei com a família do menino João Pedro. Poxa, o menino levou um tiro nas costas... É tão duro falar com essas famílias, isso marca, leva um pedacinho da gente. Eu sou pai. Tem algumas matérias assim, alguns casos que marcam e ficam gravados", afirma.
Segundo Tino, seu principal desafio é não se contaminar com as notícias pesadas do noticiário. "Quando é um desabamento, um desastre, tem muitas notícias relacionadas a mortes, perdas. E o grande desafio é não me contaminar com isso. Ao mesmo tempo é difícil, porque você dá uma notícia pesada e você ter que tentar amenizar pra não pesar muito. Tenho muita cautela ao fazer isso".
O quadro de fofocas surge como uma válvula de escape importante, o que para ele, é de fato, um desafogo: "É o momento que você fala da vida dos famosos, aquilo facilita muito a vida, mas é realmente desafiador".
Desejo de muitos jornalistas, o entretenimento não é descartado por Tino: "Eu sempre gostei de encarar os desafios da vida, mas sem fazer planos. Até porque, quando a gente faz muitos planos, a gente acaba vivendo em função deles e muitas coisas acabam não acontecendo".
"Amo o que eu faço, amo televisão, sou um apaixonado e entrego nas mãos de Deus. Se esse for o desafio [migrar para o entretenimento], vou com tudo, mas tenho que deixar bem claro que sou feliz no Balanço Geral, fazendo o meu trabalho. Mas, topo qualquer desafio. Se me chamar para o desafio, tô dentro. E é meu grande motivador", destaca.
Quando o assunto é o que não faria por Ibope, é direto: "Eu não curto assistencialismo. Acho que ninguém curte. Tá meio batido, né? E eu não me permito me distanciar da minha essência pela audiência. Audiência é consequência de um trabalho bem feito. Eu não acredito em audiência instantânea a curto prazo. Audiência se mede com o tempo e se consolida com o tempo. É o hábito das pessoas que acabam criando determinado programa".
"Tenho que trabalhar com a minha verdade. Pela audiência, não me permito distanciar dos meus princípios e fazer um personagem só para ter audiência. Tenho que ser eu. Eu sou eu. E não abro mão disso", enfatiza.
Pai de Miguel, de 3 anos, Tino diz que sua rotina é simples, sempre dormindo e acordando cedo. Ele se define um "bicho caseiro". "Fico muito com minha família, graças a Deus. É meu maior patrimônio. Ser pai, ter meu pai ao meu lado, fisicamente não é mais possível. O Miguel trouxe meu pai para perto de mim. O Miguel e minha esposa são minha base. A melhor coisa da vida. É muito bom. É o que há de melhor. Não é diferente com ninguém. É nosso porto seguro", finaliza.
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