Publicado em 12/10/2020 às 05:00:01
Lembra dele? Chiquinho, ídolo das crianças nos anos 90 e 2000, não está na TV, mas ainda existe no litoral da Bahia, onde mora seu intérprete, Edilson Oliveira. Vestido como seu personagem mais famoso, ele trabalha em projetos sociais e de combate às drogas em Lauro de Freitas. O ex-parceiro de Eliana também pode entrar para a política, como candidato a vereador na eleição de 15 de novembro.
Quem for votar em Chiquinho, verá na urna eletrônica o nome do personagem que conquistou o público infantil na Record. A foto, porém, será a de Edilson de cara limpa, sem o boné, a peruca e os óculos que usa nas carreatas de sua campanha. Em entrevista ao NaTelinha, o ator admite que teve medo de associar seu papel mais famoso à política.
"Tenho um certo receio da palavra política, porque infelizmente lembra corrupção. O limpo fica sujo. Para eu poder entrar nisso, tive que orar muito. Chorei muito no meu quarto falando com Deus para saber se isso alegraria o coração Dele, para eu não ser mais um no meio desses caras. Deus me deu esses sinais. Faço uma campanha séria, mas uso o Chiquinho para dar voz à criança. A criança não vota, não interessa a eles, mas no que elas vão se tornar?", indaga, preocupado.
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Assim que a Record extinguiu o programa infantil de Eliana, em 2004, Edilson Oliveira trocou São Paulo pela Bahia, onde visita escolas e hospitais como Chiquinho e acompanha projetos como o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), ao lado da Polícia Militar.
"É o melhor trabalho que eu faço hoje, um trabalho que amo fazer. Quando era criança, queria ser policial, bombeiro, e hoje eu realizo o sonho vestido como o personagem na Polícia Militar", comemora.
Registro de Edilson Oliveira, o Chiquinho, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) - Foto: Reprodução
Edilson começou na TV há 40 anos, por acaso. Filho de um engraxate e uma empregada doméstica, morava a 15 minutos do SBT (na época TVS), na Vila Guilherme (zona norte de São Paulo). Durante uma de suas visitas à emissora, uma diretora, Olga Maria, viu o garoto e lhe ofereceu um emprego.
"Fiz Bozo, programa do Silvio, programa do Gugu. Eu fazia do SBT uma escola, uma faculdade", diz Edilson, que começou a parceria com Eliana no Festolândia, em 1991. Participou da criação do Bom Dia & Cia., em que interpretou Melocoton e Flitz, e migrou com a apresentadora para a Record, em 1998.
Na nova casa, lançou Chiquinho, assistente de palco que azucrinava a loira e divertia as crianças com suas imitações. O personagem, recorda Edilson, já fez diretor de TV chorar.
"Chiquinho é um Chaplin. Uma vez, fiz duas matérias do Chiquinho como Chaplin e o Del Rangel [diretor morto em julho] ficou maravilhado com o que gravei. Ele saiu da sala e foi ao estúdio me abraçar chorando: 'Ed, eu já vi Renato Aragão tentando fazer Chaplin. Você fez com uma destreza, uma sutileza. Você conseguiu chegar no Chaplin!’. Nunca vi um artista tão completo quanto ele", conta.
O último contrato de Edilson na TV foi para atuar na Escolinha do Gugu, na Record, entre 2011 e 2013. Avesso à fama, o ator prefere se manter longe do glamour e valoriza quem trabalha nos bastidores, da forma como ele começou.
"Minha vida social na televisão era na cafeteira, com os seguranças, na parte operacional, sempre com os menores, nunca com os apresentadores ou diretores, porque a produção televisiva vinha dali, da massa que pega pesado. Muitas vezes, as pessoas esquecem esses valores, olham para o bonito que está no palco todo maquiado mas não valoriza quem pregou, pintou, botou a iluminação, correu de cima para baixo com a câmera no ombro. Televisão é feita em equipe", afirma.
Com quatro décadas de televisão no currículo, Edilson passou por algumas das maiores emissoras do Brasil, inclusive na Globo, onde se apresentou como palhaço Fosco no programa de Xuxa Meneghel. A rede carioca, inclusive, tentou contratar o intérprete de Chiquinho. Hoje, revendo o passado, o ator sentencia: jamais trabalharia no canal líder de audiência.
"Não gostaria de trabalhar na Globo. Tive uma aproximação na época, mas não teria o menor prazer de trabalhar lá, porque soube de muitas histórias negativas de bastidores, e olha que onde trabalhei também houve coisas que… muitos amigos foram tragados pelas drogas, pela prostituição, imagine na Globo. Claro que se eu fosse trabalhar lá não mudaria o meu jeito de ser. A Globo se tornou uma emissora capitalista, onde todo mundo passou a ser um número. A arrogância de uma televisão tirou toda a essência de um comportamento televisivo familiar. Para se ter ideia, não vejo TV aberta há dois anos. Para ver conteúdos que não me acrescentam, melhor nem ver. Cortei o mal pela raiz: puxei o fio e acabou", revela.
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