Publicado em 22/09/2020 às 06:43:00
Globo e Record estão em pé de guerra com direito a longas reportagens de denúncia nos principais jornais de cada uma delas em mais um capítulo da inimizade. A briga pública entre as rivais já dura quase 30 anos, tanto que em 1995 o canal carioca chegou a colocar no ar uma minissérie mostrando um pastor corrupto. Decadência foi escrita por Dias Gomes (1922 - 1999) e muita gente apontou o protagonista vivido por Edson Celulari como livremente inspirado em Edir Macedo.
Na história, Mariel, o pastor protagonista, é um homem pobre que usa a religião e a fé para crescer na vida se tornando um dos mais respeitados do país. Ele forma seu rebanho e adquire estações de rádio e televisão no Brasil e no exterior, além de contratar PJ Tavares (Luiz Fernando Guimarães), numa história que ficou semelhante a de PC Farias, o guru de Collor, morto misteriosamente depois do impeachment do ex-presidente.
Assim que a minissérie de 12 episódios foi ao ar, religiosos apontaram a semelhança entre Mariel e Edir Macedo. A situação causou fúria dentro da Igreja Universal do Reino de Deus, que passou a atacar a Globo em seus programas e veículos. Pouco antes de Decadência ir ao ar, a atração 25ª Hora usou um longo tempo discutindo o que as Organizações Globo representavam para a sociedade.
Ainda em contra-ataque, a IURD mostrou em seu jornal, a Folha Universal, que não iria dar trégua para a nova inimiga. “Desmoralização e arbitrariedade no jornalismo da Globo”, “Desespero: a ‘fantástica’ Globo está em decadência” e “TV Globo admite: Universal é a igreja que mais cresce”, eram algumas manchetes utilizadas e que mostravam que a artilharia seria pesada.
Enquanto Decadência estava no ar, a Record considerou fazer uma vingança produzindo outra minissérie, dessa vez contando a suposta história da criação da Globo. “Será a história de um jornalista medíocre que herda um jornal falido do pai, faz um pacto com a ditadura, funda uma emissora de TV e enriquece loucamente”, comentou Romero da Costa Machado, ex-funcionário da emissora carioca e que estava à frente do projeto.
Ele já havia sido responsável pelo controverso livro Afundação Roberto Marinho (assim mesmo) e chegou a pensar num projeto para a televisão e com a aprovação da cúpula da Record. Na época, a emissora não tinha os mesmos investimentos por parte da Universal e ocupava a terceira posição do Ibope, mas bem distante do SBT e jamais incomodava a Globo em termos de audiência.
Assim que Decadência foi ao ar, muita gente apontou as semelhanças entre o personagem de Edson Celulari e Edir Macedo. "Há diversas semelhanças entre o pastor fictício Mariel Batista e o bispo da Universal. Ambos usam cabelo gomalinado, possuem emissoras de rádio e se tomam milionários. Nos cultos mostrados em Decadência, como nos da Universal, há sessões de exorcismo e se fala de Satanás com bastante intimidade. Assim como já aconteceu com o real Edir Macedo, o fictício Mariel também enfrenta um momento de sua vida em que é preso e acusado de charlatanismo e curandeirismo. O que certamente irá irritar os seguidores da Universal é que o personagem de Celulari é um charlatão da cabeça aos sapatos que usa a fé do povo para enriquecer", escreveu reportagem da Veja naquele ano.
Já Edson Celulari deixou claro que sua inspiração ia muito além do líder da Universal. "Não quero me inspirar neste ou naquele pastor, nem especificar uma determinada religião. Isso acontece tanto aqui como no Japão e, por isso, não será preciso escolher um só nome", confessou. Até Dias Gomes aproveitou para também negar semelhança específica em uma só pessoa. "Pesquisei vários líderes evangélicos, não foi só o Edir Macedo. Se ele se sentir identificado com o Mariel, se vestir a carapuça, o problema é dele", revelou o novelista.
VEJA TAMBÉM
A situação foi ficando cada vez mais pesada naquele ano, graças a uma série de reportagens que a Globo já havia feito, denunciando charlatanismo de Edir Macedo, que chegou a ser preso após as denúncias. Pouco tempo depois da minissérie, que terminou exatamente há 25 anos, em 12 de outubro um bispo da Universal chutou levemente uma imagem de Nossa Senhora Aparecida durante o programa Despertar da Fé, na Record. O fato provocou a ira de católicos e de outros religiosos, gerando repercussão negativa para a igreja.
Para colocar uma pedra sobre a discussão, Boni, então chefão da Globo, decidiu que os capítulos de Decadência terminariam com uma mensagem, lida justamente por Celulari em que deixava claro tratar-se de uma obra de ficção e que a emissora respeitava todas as religiões. Por fim, a minissérie de Dias Gomes terminou com média de 29,6 pontos, uma das maiores da faixa do canal.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
Bola rolando
No JH
Polêmica
No passado
CAT BBB
Baixa
Adeus
Primeiro filho
Big Show
Acidente
Tá perdoado
No Mais Você
Começou!
Perda do pai
Vem aí
Exclusivo
Casa nova
Vem aí?
Tragédia
Não quis falar