Publicado em 13/07/2023 às 21:00:00
Um grupo de senadores da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou parte da tarde de quinta-feira (13) reunido para montar um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). O documento foi feito após o magistrado declarar-se publicamente contra parte do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante um evento da UNE (União Nacional dos Estudantes), Barroso fez uso da palavra e não poupou palavras para comentar o resultado das eleições 2022. "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", afirmou o ministro após ser vaiado por parte dos estudantes no encontro da última quarta-feira (12).
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A afirmação caiu como uma bomba em Brasília e imediatamente houve reações. Políticos de oposição afirmaram tratar-se de uma quebra das funções de um ministro do STF e que Barroso deveria sofrer com impeachment. Já o Supremo, por outro lado, soltou uma nota defendendo o magistrado e afirmou que a frase foi tirada de contexto e que não houve qualquer crítica às instituições.
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Nesta quinta-feira, o tema continuou no meio da classe política e, segundo apurou o NaTelinha, pelo menos 10 senadores tiveram uma reunião no Parlamento para montar uma peça que tem como objetivo ser protocolada junto ao Senado. No documento, os parlamentares pedem o processo de abertura de impeachment contra Barroso. Todos os nomes que assinarão o texto são ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A reportagem questionou várias fontes sobre o risco do ministro ser retirado do STF e ouviu de todos que não há nenhuma possibilidade. Embora o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) tenha soltado nota pública classificando as afirmações de Barroso como "inoportunas", nos bastidores ele está atuando para acalmar os ânimos e evitar maiores desdobramentos.
Alguns senadores mais ligados ao Centrão e ao próprio governo Lula também afirmaram, em off, que consideraram a frase infeliz e que poderia ser passível de um impeachment, mas que isso não deve ocorrer. Um parlamentar contou à reportagem que, ainda que Pacheco aceite o pedido, não há votos suficientes contra Barroso.
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