Diversidade

Globo corrige erro ao dar destaque a evangélicos em novela

Relembre as vezes em que o canal apresentou personagens protestantes em tramas

Globo corrige erro histórico ao dar protagonismo a evangélicos em novela - Foto: Reprodução
Por Thomaz Rocha

Publicado em 22/12/2022 às 05:33:00

Em Vai na Fé, próxima novela das 7 da Globo que estreia em janeiro, sua direção corrige um erro histórico ao dar protagonismo a personagens evangélicos. Com a ação, a emissora visa fisgar o público esquecido ao longo dos seus mais de 55 anos, que encontraram na concorrência a representatividade que nunca viam na rede carioca.

Tanto que a Record, embora seja comandada pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, o público protestante sempre esteve presente com representações em programas e novelas, além dos próprios folhetins convencionados a abordar uma história bíblica, para unir mais seus pares.

Ao longo da história da Globo nunca houve um núcleo principal calcado na religião evangélica, pelo contrário: Só prevaleciam temas católicos, santos, espiritualidade, e até religiões de matrizes africanas estiveram presentes e o espiritismo. Em algumas ocasiões, a crença protestante apareceu como trama paralela, mas quase sempre não surgia em primeiro plano em uma novela. Relembre!

Selva de Pedra (1972/1986) e Meu Bem Querer (1998)

O ponto de partida de Selva de Pedra, em ambas as versões, Cristiano (Francisco Cuoco/ Tony Ramos) foi acusado de cometer um crime e fugiu para o Rio para mudar dos rumos que sua vida tomava no interior. Vindo de uma família evangélica, o protagonista não aceitou os ideias que o seu pai, Sebastião (Mario Lago/ Sebastiao Vasconcelos) pregava, por ele ser um religioso fervoroso.

Não era a toa que Sebastião pregava a palavra de Deus e se irrita todas as vezes que os filhos se desvirtuavam do evangelho. Já em Meu Bem Querer, o pastor Bilac (Mauro Mendonça) figurava como o líder de evangélicos da cidade fictícia São Tomás de Trás e, embora fosse pai das protagonistas da trama, sua fervorosa pregação ficava em segundo plano na trama.

Duas Caras (2007) e Avenida Brasil (2012)

A principal figura evangélica da novela Duas Caras era Ezequiel (Flavio Bauraqui), homem muito devoto à religião protestante, mesmo tendo uma mãe entregue à religião de matriz africana. Conforme a trama dá andamento, o personagem acaba se tornando pastor da igreja da Portelinha, a comunidade fictícia do folhetim.

Em um capítulo em que acontece um tiroteio na favela, religiosos acabam morrendo em meio à confusão, foi o caso de Rebeca (Paola Crosara), filha do pastor Inácio Lisboa (Ricardo Blat). Cinco anos depois de Duas Caras, Avenida Brasil voltou a mostrar um conflito de uma personagem evangélica na TV. Nesse caso, Soninha (Paula Bularmaqui), ex-atriz pornô, voltou transformada em uma mulher religiosa e tentou conquistar o amor do filho.

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Amor à Vida (2013) e Babilônia (2015)

Nas duas novelas das 9 da Globo, personagens evangélicos tiveram participações pequenas ao longo da novela. No primeiro caso, o pastor Efigênio (Gláucio Gomes), que já foi dono de bar, ajudava a desvendar o mistério da trama envolvendo a protagonista Paloma (Paolla Oliveira). Na mesma trama, Elias (Sidney Sampaio) frequentava uma igreja evangélica e lá encontrou seu verdadeiro amor.

Em Babilônia, os protestantes eram representados por pessoas defensoras da moral e dos bons costumes, mas que escondiam maracutaias por debaixo dos panos. Os autores mostravam como a hipocrisia e ignorância de alguns crentes fazem em nome da religião para alcançar o poder. Uma bronca dos autores com as pessoas que se julgam tradicionais, as mesmas que torceram o nariz para a novela após o beijo gay entre duas personagens lésbicas na trama.



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