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Record deve vender horário de novelas à Universal para acabar com prejuízo

Record prepara suas finanças para o próximo ano


Edir Macedo, chefe da Igreja Universal e da Record, e cena de Reis
Igreja Univesal vai assumir o horário de novelas da Record - Foto: Montagem

A Record pretende vender sua faixa de novelas inéditas para a Igreja Universal. Mas não se trata de trocar a dramaturgia por cultos evangélicos sob o comando de Edir Macedo. O projeto é uma operação financeira que tenta colocar a emissora no azul em seu balancete fiscal de 2023. Caso o novo modelo de negócios se confirme, a IURD assume não apenas a faixa, mas passa a produzir as novelas bíblicas.

Segundo apurou o NaTelinha, a Record não vai deixar de levar ao ar as tramas evangélicas com base nas histórias da Bíblia. Porém, a emissora deve deixar de ser produtora e virar apenas exibidora, vendendo o espaço para novelas feitas pela Igreja Universal. Na prática, nada muda e as produções continuarão indo ao ar no mesmo horário com basicamente o mesmo elenco de sempre.

O estudo encomendado pela Record acontece como solução para um viés financeiro. Como parte das empresas de propriedade de Edir Macedo, a Record precisa fechar no azul e o grupo já tentou vários modelos de negócios diferentes para dar certo, inclusive a inclusão dos dividendos de um banco no balanço fiscal de anos anteriores.

Atualmente, a Igreja Universal compra os horários das madrugadas da Record e, desde 2016, não produz por conta própria a sua dramaturgia, encomendando os trabalhos da Casablanca, produtora que atualmente é responsável pelo extinto RecNov.

Acontece que a receita que entra para os cultos evangélicos dos fins de noite da Universal ajuda a manter o setor de dramaturgia,  porém, não está sendo suficiente para ajudar nas finanças da Record, que vem sofrendo com queda de publicidade nos últimos anos. 

O NaTelinha já havia revelado que vários estudos estavam sendo feitos por conta da crise que a emissora enfrenta, inclusive a possibilidade de se abandonar as novelas bíblicas, já que elas não se pagam e são inviáveis do ponto de vista comercial. Entretanto, por se tratar de um modelo estratégico para evangelização, a Record decidiu mantê-las, apesar do prejuízo.

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Agora, a emissora entrou em um processo de "revalorização de meta de faturamento", que considerou um recuo substancial do mercado publicitário em 2022. A projeção para o ano que vem também não é nada animadora. Portanto, teria que haver cortes nos custos para alcançar alguma lucratividade. Neste caso, o canal pretende cortar seus altos salários, como Rodrigo Faro, que ainda não renovou seu contrato que vence no dia 31 de dezembro.

Este novo modelo de negócios visa dar desafogo para a emissora. A IURD continuaria comprando os horários da madrugada, mas as receitas iriam diretamente para a manutenção das despesas do canal, que não teria mais um departamento de dramaturgia. 

O passo seguinte passaria a ser a Universal transformar-se em produtora e gravar novelas bíblicas, com direito até a contratar elenco e profissionais de bastidores. Depois disso, a IURD compraria o horário nobre e pagaria para colocar no ar.

Para o canal, a economia seria alta. Além de receber mais do que o dobro do que ganha atualmente da igreja, ela não teria mais gastos com dramaturgia. O martelo não está batido e os estudos estão avançados. 

Procurada desde a última segunda-feira (12), a Record não se pronunciou.

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