"Fiquei muito próximo de Lygia nessa época. ela era noveleira… durante toda a escrita de Ciranda de Pedra, a gente se falava diariamente!"
Alcides NogueiraPublicado em 03/04/2022 às 14:40:00
Famoso livro de Lygia Fagundes Telles (1923-2022) – uma das maiores escritoras brasileiras, que morreu neste domingo (3), aos 98 anos –, Ciranda de Pedra foi lançado em 1954 e alcançou prestígio no mercado literário. Como efeito, ganhou duas adaptações na televisão: a primeira foi ao ar na Globo em 1981; a segunda, em 2008, ambas para a faixa das 18h. Uma delas, escrita por Alcides Nogueira, que enviou uma declaração ao NaTelinha sobre a escritora.
"Foi um privilégio ter escrito a segunda versão de “Ciranda de Pedra” para a televisão. Sempre fui fascinado pelo universo e pela escrita de Lygia Fagundes Telles! Além de ser uma das nossas maiores escritoras, foi uma mulher à frente do seu tempo, sem medo, assertiva. É imensa a contribuição dela para a literatura brasileira", conta o novelista, que prepara novo trabalho para a Globo.
"Fiquei muito próximo de Lygia nessa época. ela era noveleira… durante toda a escrita de Ciranda de Pedra, a gente se falava diariamente!"
Alcides Nogueira
Alcides ainda completou a respeito da colega e uma das mais respeitadas escritoras do Brasil. "Era genial. É genial, porque sua obra ficará para sempre", diz.
O romance é ambientado na São Paulo das décadas de 1940 e 1950 e ganhou elogios pela forma como explora a psicologia dos personagens principais. A protagonista é Virgínia, uma jovem introspectiva que precisa lidar com a loucura da mãe, Laura, após o fim do casamento desta com o marido, Natércio.
Com o fim da união, Laura e Virgínia foram morar com o médico Daniel, que cuida devotadamente da primeira, com quem vive um caso de amor. Já Bruna e Otávia, as duas outras filhas, continuaram a morar com Natércio. Os conflitos estabelecidos pelos personagens renderam entrechos potentes para as adaptações da TV.
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Para adaptar a história para a TV em 1981, o autor Teixeira Filho teve liberdade para criar alguns personagens, mudar os perfis de outros e dar novos rumos à narrativa. A trama teve Eva Wilma (Laura), Lucélia Santos (Virgínia) e Adriano Reys (Natércio) nos papéis centrais. O mesmo aconteceu em 2008, quando Alcides Nogueira foi encarregado de escrever uma nova versão do romance para a Globo, protagonizada por Ana Paula Arósio (Laura), Marcello Antony (Daniel), Daniel Dantas (Natércio) e Tammy Di Calafiori (Virgínia).
Temas polêmicos abordados na obra literária ficaram de fora – como homossexualidade e impotência sexual. Em entrevista à revista TV Guia, em trecho resgatado pelo site Teledramaturgia, Lygia Fagundes Telles comentou o fato de a novela de 1981 ter se distanciado de sua obra: “Às vezes ia ver um capítulo na televisão, olhava e interrogava-me: ‘Meu Deus, mas que personagem é esta, mas o que está acontecendo agora?’”.
No breve comentário a respeito da produção, contudo, a escritora não criticou a adaptação: “Eu ficava muito interessada, porque não sabia o que ia acontecer, não sabia nada. Eu não tive a menor participação nessa telenovela. No entanto, entendo que Ciranda de Pedra é uma novela feita com muita dignidade”.
Lygia Fagundes Telles morreu em casa, de causas naturais, em São Paulo. Ela era integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde a década de 1980 e foi a terceira mulher na história a ocupar uma cadeira entre os imortais. Conhecida como a “dama da literatura brasileira”, teve livros traduzidos em diversos idiomas e recebeu vários prêmios importantes ao longo da carreira, como Camões e Jabuti.
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