"Ah, e é claro, Maria Augusto Estrela, primeira médica a exercer a medicina no Brasil, e Rita Lobato, primeira médica formada no Brasil, também foram duas grandes inspirações para Pilar".
Publicado em 29/12/2021 às 04:33:00,
atualizado em 29/12/2021 às 10:54:47
Gabriela Medvedovski vem se destacando no papel da heroína Pilar, em Nos Tempos do Imperador. Mulher bem à frente do seu tempo, a mocinha fugiu de um casamento arranjado para se tornar a primeira médica brasileira. E se não bastasse isso, ela vive um romance inter-racial com Samuel (Michel Gomes), mas como todo casal de mocinhos, os dois travam uma batalha incansável para ficar juntos. Sobre o destino dos enamorados, a atriz prefere fazer suspense.
"Ih, aí como spoiler fica difícil pra mim! [risos]. Eu posso adiantar que tem muita água pra rolar por baixo dessa ponte, e que eu admiro muito o amor e a resiliência de Pilar e Samuel", diz em conversa exclusiva com o NaTelinha.
Intérprete de uma das personagens mais fortes da novela das seis da Globo, Gabriela conta como reagiu quando recebeu o convite. "Fiquei muito empolgada com o desafio. Eu sabia que não seria fácil, mas me brilhou os olhos poder contar uma história de pioneirismo feminino, que pudesse trazer identificação e inspiração para muitas mulheres no Brasil", recorda, emocionada.
Segundo a atriz, não foi apenas uma, mas várias mulheres que serviram de inspiração para ela compor a sua Pilar. "Eu busquei pesquisar um pouco sobre outras mulheres brasileiras que também tinham sido, de alguma maneira, transgressoras e pioneiras", revela.
"São muitas, e suas histórias não são tão reconhecidas quanto deveriam. Mulheres como Maria Firmina dos Reis, Joana Angélica, Maria Quitéria, Maria Felipa de Oliveira, entre muitas outras, serviram de grande inspiração na construção da minha Pilar", diz, orgulhosa.
"Ah, e é claro, Maria Augusto Estrela, primeira médica a exercer a medicina no Brasil, e Rita Lobato, primeira médica formada no Brasil, também foram duas grandes inspirações para Pilar".
Gabriela Medvedovskicontinua depois da publicidade
Antes de Nos Tempos do Imperador, Gabriela teve outro trabalho de destaque na TV, a Keyla, em Malhação - Viva a Diferença, uma adolescente que passava pelo drama de ser mãe muito jovem.
A atriz concorda que tanto a Keyla quanto a Pilar são mulheres fortes e empoderadas, mas que vivem em épocas diferentes. Indagada sobre o processo de transição, ela avalia como desafiador.
"Porque um trabalho de época exige todo um estudo de um tempo que não é seu. Os costumes, trejeitos, vocabulário, tudo foge do nosso comum, mas, ao mesmo tempo, são muitas ferramentas para construção desse novo universo. O que é maravilhoso!", vibra.
Sobre a Keyla, a personagem voltou à telinha mais amadurecida no ano passado, desta vez na série As Five, uma espécie de spin-off de Malhação, produzida pela Globoplay.
Até então, isso nunca havia acontecido antes na história da novelinha vencedora do Emmy justamente com a temporada 2017-2018. Sobre o sucesso com o público, Gabriela tem um palpite.
"Acho que as personagens são muito humanas, as suas virtudes e seus defeitos eram apresentados igualmente, de uma maneira que elas nunca foram superficiais, 'As Five' tem muitas camadas, e acho que isso fazia com que o público se identificasse com elas porque conseguia se enxergar naquelas meninas", opina.
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Nos Tempos do Imperador promoveu o reencontro de Gabriela Medvedovski com a Daphne Bozaski. Irmãs na trama escrita por Teresa Falcon e Alessandro Marson, as atrizes eram amigas em Malhação - Viva a Diferença e na série As Five, de Cao Hamburger.
"Foi maravilhoso reencontrar a Danone neste outro lugar. Trabalharmos muito bem juntas, e nossa sintonia foi muito importante para a construção dessa relação de irmãs. E trabalhar com alguém que você tem intimidade e confiança é muito bom, o jogo acontece", comemora.
Uma das características dos autores da novela das seis tem sido inserir críticas ao governo atual na história. Além dos escândalos políticos protagonizados pelo Tonico, personagem de Alexandre Nero, que acabou virando o "deputado das rachadinhas", a pandemia do Covid-19 serviu de inspiração para a introdução da pandemia de Cólera na trama.
"Tivemos cenas muito importantes que, de alguma maneira, retratam a importância que os profissionais de saúde têm como linha de frente no combate a uma doença", analisa a atriz.
"Pilar sofre por sentir que seus esforços não são o suficiente para deter a epidemia, e acredito que, provavelmente, esse também foi o sentimento de muitos profissionais que, incansavelmente, trabalharam durante a pandemia do Covid - 19", complementa.
Gabriela destaca a cena em que sua personagem recebe uma condecoração e discursa. "Ela fala sobre a arte, a educação e a ciência serem alicerces de uma sociedade que respeita seu cidadão e que quer ser respeitada como nação", recorda.
"Acho que a arte tem o papel de nos fazer pensar, questionar, e espero que, através dessas cenas, o público consiga refletir sobre questões importantes para o nosso país que passa por um momento crítico nessas áreas", manda o recado.
A atriz conclui nosso bate-papo contando o que irá fazer assim que a novela das seis chegar ao fim. "Vou gravar a segunda e a terceira temporada de As Five para o Globoplay", adianta.
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