Publicado em 15/07/2021 às 06:00:00,
atualizado em 15/07/2021 às 08:06:39
"De dia dorme, a noite é uma festa, não fica velho, nunca morre. Ser vampiro é um barato!", a citação é do filme Os Garotos Perdidos (1987), mas bem que poderia ter saído de Vamp (1991), novela escrita por Antônio Calmon e que completa neste dia 15 de julho 30 anos, conforme recorda o NaTelinha.
Para atrair o público jovem, o autor lançou mão da ousadia escrevendo uma história de vampiros que se passava nos dias atuais, um mix de comédia com suspense e que contava com veteranos e jovens atores, além de um elenco mirim.
Na trama, o vampiro Vladimir Polanski (Ney Latorraca) era um ser imortal, com alguns séculos de vida. Cruel, sedutor e insaciável, todo o seu poder não era capaz de livrar-lhe da solidão.
Até que surge Natasha (Claudia Ohana), uma aspirante a cantora que sonha com a fama e vê a chance de se tornar uma grande estrela do rock depois de "vender sua alma" ao demônio.
Transformada em vampira pelo todo-poderoso, além do sucesso profissional, a jovem ganha poder e vida eterna. No entanto, ela se nega a dar ao vilão o seu amor como moeda de troca. A partir daí, os dois travam uma batalha invisível.
A obsessão de Vlad por sua musa inspiradora, e o desprezo dela por ele, desperta o que há de pior no homem das trevas. E o resultado é todo o povoado de Armação dos Anjos, cidade fictícia do litoral do Rio de Janeiro onde a cantora se instala, ameaçado.
Principalmente depois que o chefe dos vampiros descobre que Natasha e Jonas (Reginaldo Faria), capitão reformado, viúvo e dono de uma pousada, são almas gêmeas de vidas passadas,
O coroa é o único capaz de destruir o sanguessuga e acabar com a maldição da artista, manejando a Cruz de São Sebastião, objeto sagrado que se encontra escondido em algum lugar da cidade.
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Há anos que histórias de vampiros atraem fãs do gênero terror. Criado pelo escritor Irlândes Bram Stoker, o romance gótico Drácula foi lançado originalmente em 1897 e conta a história de Vlad, o Empalador.
Um soldado muito cruel com suas vítimas, que perdia a mulher enquanto lutava em uma guerra cristã, se revolta contra Deus e, depois de beber o sangue de cristo, é condenado à vida e solidão eterna.
O conto serviu de inspiração para várias obras do cinema, a começar pelo clássico Nosferatu (1922), até a adaptação da versão de Drácula de Bram Stoker dirigida por Francis Ford Coppola e lançada em 1992.
O personagem até hoje é um dos que mais atrai aos jovens. Talvez, por isso, desde os anos 80 vem seduzindo esse público. Além de Vamp, o que Os Garotos Perdidos, A Hora do Espanto, A Saga Crepúsculo e The Vampire Diaries, por exemplo, têm em comum?
Independente de viver nas trevas ou brilhar com a luz do sol, o ponto fraco do representante de Drácula é e sempre será uma mulher. E, geralmente, vai ter que brigar pelo amor dela com outro.
Assim como a pedra em seu sapato será um caçador de vampiros, que pode ser o Van Helsing, ou alguém de sua família, como era o caso de Mrs. Pen Taylor (Vera Holtz) no folhetim da Globo.
Vamp tinha inicio com um flashback sobre a passagem dos jesuítas pelo Brasil, seguido de um clipe com Natasha se apresentando em Lisboa, Portugal, e Veneza, na Itália.
A sequência da cantora dançando na Praça de São Marcos, cercada de pombos, e ao som de músicas sacras do grupo Enigma por pouco não aconteceu. A equipe de produção não sabia que as canções eram proibidas em toda a Itália e chegou a ser abordada pela polícia. A cena se tornou icônica.
Outra sequência que marcou o folhetim na época foi a dancinha de Vladimir Polanski no cemitério da cidade, uma paródia do clipe thriller de Michael Jackson (1958-2009).
Um dos desafios da novela foi criar efeitos especiais nas cenas em que os vampiros usavam seus poderes sem a ajuda da computação gráfica, mas de forma artesanal e com o auxílio do Chroma Key.
Além das trilhas nacionais e internacionais, a Som Livre lançou um especial destinado ao público jovem, com canções brasileiras e estrangeiras, incluindo a versão do clássico "Simpathy For the Devil", dos Rolling Stones, tema da personagem Natasha, interpretada pela própria Claudia Ohana.
Tema da abertura de Vamp, "Noite Preta" se tornou uma das músicas mais tocadas da época e levou ao estrelato a até então desconhecida cantora, jornalista e ativista feminina e LGBT, Vange Leonel (1963-2014).
A trama termina com Vladimir Polanski prometendo que voltaria um dia, o que aumentou as expectativas para uma sequência da novelinha que hoje pode ser vista no catálogo do Globoplay.
Em 2002, a Rede Globo estreou também no horário das 19 horas O Beijo do Vampiro, outro folhetim criado por Antônio Calmon, mas nem de longe a novela alcançou o sucesso de Vamp.
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