Publicado em 24/02/2021 às 04:33:00
No ar em Haja Coração, Ana Carbatti conversou com o NaTelinha sobre a reprise da novela e sua personagem. Na trama, a professora Nair adotou três irmãos que perderam os pais, sendo que um deles, Adonis (José Loreto), é seu filho biológico, mas manteve em segredo por vergonha de tê-lo abandonado ainda bebê. A atriz recorda com carinho a parceria com o ator. "Cenas de emoção exigem muita concentração e um entendimento claro do momento da personagem na trama, e o intenso ritmo do trabalho para realizar uma novela nem sempre favorece isso. Portanto, a parceria na contracenação é fundamental", fala com exclusividade.
"E nesse aspecto eu não tenho do que reclamar. Eu e o Loreto sempre batíamos os textos e conversávamos sobre as cenas. Além disso, nossa equipe de direção era incrível, estabelecendo uma estrutura de movimentação e clima super propícios. De resto era só deixar a emoção tomar conta da gente", avalia.
Ana buscou inspiração em si própria para dar vida à batalhadora Nair, personagem que afirma admirar muito. "O meu laboratório foi minha própria experiência. Passei 3 anos da minha vida em um processo de adoção", revela. "Durante esse tempo, ouvi e presenciei muitas histórias reais de filhos que rejeitam os pais adotivos. Algumas dessas histórias tiveram um final feliz, outras nem tanto", conta.
A atriz foi pega de surpresa pela notícia de que o folhetim lançado em 2016 voltaria a ser exibido e elogia a equipe e o seu papel. "Fiquei especialmente feliz! Foi uma novela deliciosa de se fazer, com um time da pesada e muito, mas muito legal de conviver. Além disso, tenho um carinho muito especial pela Nair e pela sua trajetória", abre o coração.
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Durante oito anos, Ana Carbatti morou nos Estados Unidos. Dedicou-se à música por seis anos, fez muitos musicais e desde que voltou para o Brasil, em 2011, pensa em gravar um álbum. O que lhe falta é tempo para se dedicar ao projeto. "Eu sou apaixonada pela música brasileira, desde garotinha, mas tenho um gosto musical muito eclético. Uma canção tem que me arrepiar os cabelos, ou fazer meu coração palpitar, meu corpo querer se mexer ou, ainda, me envolver profundamente nas palavras ditas, relata.
"E não há um estilo musical que faça isso mais que outro. Gosto de tudo um pouco. Já fiz vários musicais e acho uma combinação ótima!", complementa a artista, sorrindo.
Sobre o racismo nos Estados Unidos, Ana discorda que se possa compará-lo com o do nosso país porque suas ações e manifestações dependem da cultura onde se desenvolve. "O racismo dos Estados Unidos tem facetas tão semelhantes quanto distintas do nosso; mas acho que a diferença mais marcante entre eles reside no fato de que o racismo do Brasil foi construído em bases sócio-políticas de modo a sobreviver solidamente através dos séculos, tornando a barbárie em ato comum", analisa.
"Os EUA, por sua vez, com seu racismo baseado em leis, deu aos pretos a condição de se organizarem social e politicamente para explicitar a barbárie como ato ilegal", complementa. Questionada sobre o movimento "Vidas Negras Importam", a atriz chama a atenção para o fato de que não se pode tratar como uma tendência ou moda, embora muitos insistem em afirmar isso.
"Bem, eu acho que pode-se dizer que a ação afirmativa brasileira que carrega esse nome específico - 'Vidas Negras Importam' - tenha sido lançada no ano passado; mas o movimento, tanto aqui quanto no exterior, existe há milênios. Inclusive, os movimentos negros brasileiros realizam marchas em atenção a anormalidade do homicídio racista desde a década de 60 e, talvez, até antes", explica.
"Portanto, essa não é uma agenda nova, nem passou a existir como a reprodução de um movimento americano. Eu acho importante a gente deixar isso bem claro, para que a nossa população entenda que esta é uma luta muito, mas muito, antiga e muito brasileira", reforça.
Ana Carbatti vai além e comenta a atual edição do Big Brother Brasil que vem levantando polêmicas sobre o chamado racismo reverso, rebatendo sua existência. "O tal do racismo reverso é outra falácia criada pela ignorância", sinaliza.
"Só quem nunca leu sobre a história da escravidão no Brasil, sobre como ela 'chegou ao fim' e sobre todas as ações governamentais criadas para garantir a manutenção de suas práticas, pode falar de racismo reverso", alerta a atriz.
"Só quem não sabe definir racismo, cria uma sandice como essa expressão. O racismo está calcado nas relações de poder e isso é estrutural. Racismo e preconceito não são, necessariamente, a mesma coisa", ressalta. Sobre a postura dos participantes da atual edição, Ana descarta a possibilidade de suas atitudes deslegitimar os movimentos antirracistas. Porém, chama a atenção para a influência que a TV tem sobre o telespectador.
"Não tenho muita 'autoridade para falar sobre os 'impactos' dos atos de participantes do BBB na nossa sociedade, mas tenho uma tendência a afirmar que o que eles dizem e fazem lá dentro não tem força suficiente para deslegitimar a seriedade, os anos de atuação e todas as conquistas de centenas de anos de luta, desde Zumbi até Marielle Franco", opina.
"É muita história de luta pra ser esfarelada por um grupo de pessoas em um programa de televisão. Entretanto, sei que seria ingenuidade minha achar que algumas atitudes equivocadas apresentadas na mídia não tenham nenhum impacto sobre o pensamento da população", observa a artista. "Até porque a gente sabe que o brasileiro está habituado a simplesmente reproduzir as coisas que escuta na televisão, sem pensar muito profundamente, ou filtrar o que escuta", complementa.
"O que posso dizer é que o BBB tem prestado um desserviço para a causa e que é uma pena que um debate tão importante para todos tome relevância a partir de 7 pessoas que, não necessariamente, são relevantes para a causa em si", dispara.
Quando a pandemia do novo coronavirus começou, Ana já havia terminado sua participação como a Consulesa Adriana Areliano em Salve-se Quem Puder. Porém, foi confirmado o retorno da personagem à trama. A atriz confessa ter recebido a notícia com muita alegria e elogia a retomada das gravações e o reencontro com os colegas. Porém, ela ainda não sabe quando a novela volta ao ar.
"Não tenho informações precisas sobre o retorno, mas acredito que ocorra entre março e abril deste ano", diz. "O Daniel [Ortz] mencionou que ela retornaria até o fim da novela, mas não havia nada confirmado. Fiquei muito feliz com a notícia do retorno da personagem", comemora.
E completa: "A retomada das gravações foi muito bem cuidada, seguindo à risca os protocolos contra a disseminação do vírus: toda a equipe assumiu a responsabilidade do cuidado consigo e com os outros e isso deu muita segurança para a realização do trabalho. No mais, foi uma alegria rever os colegas de trabalho, mesmo que mantendo um distanciamento de 1,5m de distância".
Durante o isolamento social, Ana vem se dedicando aos cuidados com a família. "E a pensar, calmamente, nos meus projetos futuros. Tenho lido bastante, também", revela.
Para finalizar, ela diz o que pretende fazer quando sua hora de vacinar chegar. "Assim que me vacinar vou chegar em casa, lavar bem as mãos, trocar minha máscara, manter o isolamento e distanciamento social até que tenha certeza que meus amigos e familiares, meu filho e todos os seus amiguinhos estejam vacinados. Só então vamos nos reunir numa festa para celebrar a vida e respeito a ela", conclui.
Fique por dentro dos próximos capítulos de Haja Coração e outras produções acessando o canal de Novelas do NaTelinha.
Quer saber mais? Confira o resumo semanal da novela Haja Coração de 22/02/2021 a 27/02/2021.
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