Negociações

Dono da CNN Brasil teve chance de se livrar do negócio, mas não quis

Rubens Menin recusou proposta de Douglas Tavolaro, que saiu do canal meses depois

Além de não vender suas cotas, Rubens Menin comprou a parte de Douglas Tavolaro na CNN Brasil, que hoje enfrenta crise - Foto: Reprodução
Por Walter Felix , com Sandro Nascimento

Publicado em 02/12/2022 às 12:15:00,
atualizado em 02/12/2022 às 12:25:52

Dono da CNN Brasil, Rubens Menin teve a chance de se livrar do canal de notícias, mas optou em não aceitar a proposta. A situação foi no ano passado, quando o sócio minoritário, Douglas Tavolaro, tentou comprar suas cotas da empresa. Hoje, o empresário enfrenta uma crise na emissora, com mudança de gestão, cortes de gastos e demissões em massa.

O NaTelinha apurou que os dois sócios tinham um bom relacionamento nos bastidores da CNN Brasil, que foi fundada em março de 2020. No início de 2021, Tavolaro, detentor de 35% das cotas, quis comprar os outros 65%, parte de Menin na empresa, o que estremeceu a relação entre eles e culminaria, mais tarde, no fim da sociedade.

Além de não vender suas cotas, Menin optou por exercer seu direito enquanto sócio majoritário e comprou a parte de Tavolaro. O anúncio da saída deste foi feito em março de 2021, um ano após a fundação do canal. Assim, o atual dono da CNN Brasil passou a deter a totalidade das ações.

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A venda foi feita com um acordo de que o pagamento seria realizado em parcelas que terminariam em dois anos. Assim, Tavolaro recebe quantias por ter saído da rede até março de 2023.

O executivo vinha de uma longa passagem pela Record, que começou como produtor investigativo em 2004, passando a produtor executivo e editor do Jornal da Record e depois, editor-chefe do Repórter Record. Atualmente, ele está dedicado ao mercado de startups, com iniciativas que unem inteligência artificial ao jornalismo.

CNN Brasil enfrenta crise e dá adeus a principais nomes do elenco

Douglas Tavolaro estava na CNN Brasil desde sua concepção no Brasil e foi substituído como CEO por Renata Afonso, demitida no mês passado. A troca de cadeiras foi motivada pela nova gestão, que teve início quando o empresário João Camargo assumiu a presidência do grupo com o objetivo de acertar as contas, atualmente no vermelho.

Na quinta-feira (1º), uma série de demissões foi anunciada e foi antecipa pelo NaTelinha em primeira  mão. Com a ordem de enxugar gastos e equacionar as contas para organizar sua situação financeira para 2023, o canal de notícias dispensou apresentadores, repórteres e produtores. Glória Vanique e Sidney Rezende estão entre os funcionários que não fazem mais parte do quadro da emissora.

Ainda na lista dos ex-âncoras, estão nomes como Monalisa Perrone, que deixou a Globo para assinar com o canal há três anos e teve sua dispensa motivada pelo alto salário que recebia. Bóris Casoy, que fazia o quadro Liberdade de Opinião, é outro nome demitido. Marcela Rahal, Leandro Karnal, Kenzô Machida e Isabella Faria também foram mandados embora.

Entre repórteres, Danúbia Braga, Bruna Ostermann e Jairo Nascimento tiveram seus vínculos cortados, assim como os comentaristas Fernando Molica e Alexandre Borges. O diretor de televisão João Beltrão e a correspondente Heloísa Vilela também não foram poupados e também estão fora do quadro de funcionários.



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