Publicado em 16/03/2024 às 16:15:00
Taís Araújo foi a única Helena negra das novelas de Manoel Carlos, mas viveu um pesadelo com o fracasso da personagem e da novela. Em Viver a Vida (2009), a atriz deu vida à personagem icônica, mas a própria atriz revela que o papel deveria ter ido para outra atriz.
Durante sua participação no documentário Tributo a Manoel Carlos, realizado pelo Globoplay, Taís abriu o coração e falou pela primeira vez que considera um erro ter interpretado aquela Helena e que o papel deveria ter sido dado para outra atriz.
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“Eu sempre falo que dessa novela quem tinha mais característica de Helena era a Lilia Cabral, que, por ter feito tantas novelas do Manoel Carlos merecia ter feito aquela Helena", iniciou a atriz, ao falar da colega que também esteve na produção.
"A questão familiar era uma redenção entre aquela mãe e aquela filha. Eu sempre tenho a sensação de que aquela Helena era pra ter sido da Lilia”, continuou. Ela se refere ao fato de que Cabral interpretou Tereza, mãe de Luciana (Alinne Moraes).
A frase de Taís já foi muito dita por outras pessoas. Isso porque, tradicionalmente, as Helenas de Maneco sempre fazem grande sacrifício pela filha e, em Viver a Vida, quem deixou a vida de lado para ajudar Luciana, que ficou tetraplégica após acidente, foi Tereza.
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Ainda no documentário, Taís abre o jogo. “Hoje em dia eu consigo ver com distanciamento todos os possíveis erros nossos, meu, do Maneco, do Jayme, da Globo. Ou o que eu chamo de ingenuidade, de achar que o Brasil não era o Brasil que se apresenta hoje. Na época era um Brasil que a gente acreditava muito que éramos todos iguais, que éramos todos vistos da mesma maneira, que o que estava escrito na Constituição vali na rua. Quando, na verdade, não”, lamentou.
Ela lembrou ainda como foi o papel. “A expectativa estava lá no alto, porque era uma protagonista de novela das 21h, do Manoel Carlos. Era difícil aceitar uma negra bem posicionada sem justificar o porquê ela tava ali, qual era a corrente que ela teria arrastado até ali para poder fazer parte daquele lugar. Eu recebi uma enxurrada de críticas de todos os lugares e lados. Aquilo bateu diretamente em mim”, confessou.
No tributo, Maneco explicou a escalação. “Eu precisava fazer uma Helena que competisse com a jovem tetraplégica. Eu não queria fazer uma mulher de 50 anos, tinha que fazer uma mulher mais jovem como a Alinne Moraes. Então, eu escolhi a Taís”.
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