Publicado em 15/12/2021 às 00:00:10,
atualizado em 15/12/2021 às 23:44:26
Maria Clara Montero fez um desabafo nas redes sociais após ninguém comparecer à sua festa de aniversário no último domingo (12). O que a influenciadora inclusiva, que fala sobre capacitismo na internet não imaginava, é que a postagem iria viralizar e ela ganharia o melhor presente.
No mês em que se celebra o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, Maria revelou que dos 15 convidados para o seu aniversário, apenas dois explicaram que não poderiam ir. Naquele dia, ela colocou um vestido azul e se aprontou para esperar seus amigos, que não apareceram.
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“Festeira”, como ela se define, a mineira disse que ama receber pessoas e que estava animada para celebrar a data após a vacinação e diminuição do número de casos da Covid-19. “Resolvi fazer uma festa de aniversário para compensar as que não tiveram por causa da pandemia e convidar alguns amigos".
Estudante de arquitetura, Maria revela ainda que optou por convidar apenas seus amigos, porque sua família é grande e não queria aglomerar. “E eu recebi um ‘bolo’”, diz a influenciadora, que confessa que chorou.
Como de costume, ela seguiu para o Twitter, onde contou para os seus seguidores sobre o ocorrido. “Vocês sabem o que é dar uma festa de aniversário e ninguém que você convidou vir? Pois eu descobri hoje. As fotos são de mais cedo de quando eu estava bonita, porque eu já borrei a make toda de tanto chorar. Feliz aniversário pra mim”.
Depois que postou o desabafo, Maria explicou que deixou seu celular de lado, após ficar chateada com a situação. Quando pegou o aparelho, ela encontrou milhares de relatos de pessoas que também foram “abandonadas” no dia do aniversário ou em outras celebrações. Logo, o sentimento de tristeza deu lugar ao de acolhimento.
“Eu estou gostando da repercussão no sentido de que eu estou recebendo um acolhimento e um carinho tão grande de pessoas que eu nem conheço. Existem pessoas boas no mundo sim”, diz a influenciadora que vê o número de seguidores aumentar diariamente.
A festa poderia ter sido um caos, mas ela contou que depois recebeu alguns parentes e vizinhos para “não perder o dia”.
Nem após a repercussão, os convidados que deram o ‘bolo’ na estudante a procuraram para explicar o que houve. “Eu não sei o que aconteceu, ninguém me falou nada, não sei qual foi o motivo de eles não terem vindo, mas está tudo bem. Acho que não quero saber e nem preciso saber disso, porque não foi simplesmente: ‘eles não vieram no meu aniversário’”.
Maria destaca ainda que seus amigos já estavam distantes e, que depois que começou a falar sobre capacitismo e se entender como mulher deficiente, percebeu “situações que eles não eram tão bacanas”. “Eu já estava me desprendendo deles aos poucos. Essa situação meio que foi só o ponto final pra tudo”, relata.
No início de 2020, Maria começou a criar conteúdo na internet com o objetivo de falar sobre representatividade e orientar sobre o que se deve ou não falar para uma pessoa com deficiência. “Vou aproveitar a repercussão e continuar levando o meu conteúdo para várias pessoas”, admite.
“Como qualquer outra pessoa com deficiência, sempre sofri essa questão do capacitismo, e a questão maior não é nem ser inspiração para muitas pessoas. Pessoas com deficiência são muito mais que isso, elas são além disso, além de servir para inspirar pessoas, a gente não está aqui pra isso, a gente está aqui pra viver a vida assim como qualquer pessoa," conclui.
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