Publicado em 28/05/2021 às 11:43:38,
atualizado em 28/05/2021 às 12:16:57
Bárbara Paz surpreendeu ao revelar que se descobriu como uma pessoa não-binária em entrevista concedida a Paulo Azevedo, no podcast Almasculina. Isso significa que a atriz não se classifica no gênero masculino ou feminino. "Sou uma pessoa inquieta. Uma mulher, um homem, não binária. Descobri que sou não binária há pouco tempo", definiu.
Paz conta que um amigo que lhe falou e ela acreditou. "Sou uma pensadora, uma diretora, uma cineasta, uma atriz, uma pintora, uma escritora. Nas horas vagas a gente tenta de tudo com as mãos, com a cabeça, com cérebro e com a imaginação. A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou", complementa.
"A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar. Sou uma pessoa de fazer o que tenho dentro, o que não é pouco. Arte", acrescenta.
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Ela diz que ficou órfã aos 6 anos de idade e tem apenas as lembranças que contam do pai. "Mas de fato, eu não lembro. Me lembro do que minha mãe contava sobre ele: que ele era um cachaceiro (risos), político... Então, guardo essas histórias como sendo minhas. Tenho recordação do meu avó, de quem eu gostava muito. Mas ele já era um homem doente também", relembra.
"Desde que eu me conheço por gente já me lembro dele debilitado. Então, o masculino, ele veio... Olha que interessante: as primeiras imagens eram dos médicos da minha mãe, que cuidavam dela, que zelavam por ela. Para mim, eles eram anjos. Eu era uma criança. Eu era apaixonada por aqueles médicos porque ali eu sabia que minha mãe estava viva, bem cuidada. Sabia que ela ia voltar para casa. Meu modelo de masculinidade é um lugar de conforto, de rede de proteção. Esse foi o masculino que eu vi. Éramos cinco mulheres em casa à espera de um maestro que nunca chegou", lamenta.
Bárbara conta ainda que perdeu a mãe, que fazia hemodiálise, aos 17 anos de idade. "Acabei virando maestro dessa história. Eu acho que eu fui o homem da casa. Mesmo sendo a criança, eu me sentia responsável por cuidar da casa. Minha ideia, quando criança, de quando eu subia nas árvores, era: 'Então vou sair daqui, levar minha mãe pra São Paulo, vou achar um médico'. Eu comecei a trabalhar com 9 anos. Ninguém me falou ira pr trabalhar."
Por conta disso, a atriz diz que é metade menino e outra metade menina. "Tenho os traços femininos: lourinha, toda princesinha, 'ai que bonitinha, toda pequenininha'. Agora não sou mais tão pequenininha. Mas esse lado masculino, de ser moleque, menino, nasceu comigo", complementa.
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