Publicado em 23/04/2021 às 09:44:13,
atualizado em 23/04/2021 às 09:49:21
Carlos Alberto de Nóbrega, 85, é um dos milhões de brasileiros que conseguiu superar a Covid-19. O apresentador de A Praça é Nossa chegou a ficar internado com a doença, mas já havia sido vacinado e, mesmo não tendo cumprido a janela imunológica necessária, teve sintomas leves. Quase dois meses depois, ele revela que ficou com sequelas do vírus, em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
O humorista, que voltou com seu programa inédito depois que o SBT autorizou a retomada das gravações, conversou com o NaTelinha e já havia revelado a emoção de voltar aos estúdios após mais de um ano sem conseguir gravar.
No papo, Carlos Alberto conta sobre ter sido contaminado com o coronavírus. "Eu tive Covid e graças a Deus não tive absolutamente nada. Eu tive dois dias uma febre de 37,5. E me deu sequelas. Eu estou muito esquecido, eu fico cansado e a minha visão diminuiu algum grauzinho. A sensação que fico é que preciso trocar de graus, as lentes. Eu não vou trocar de lentes agora porque eu sei que isso passa", revela.
O titular do banco da Praça, que ficou internado com a esposa, conta sobre sua dificuldade para lembrar. "Eu decorava o programa no dia, saía 10h e meio-dia estava decorado. Agora, a gente ia gravar na terça, na sexta eu comecei a decorar. E tava tudo decorado. Na terça eu fui sabendo tudo, mas quando a gente foi fazer o programa, com as confusão toda", diz.
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Mas não foi apenas a contaminação que assustou o apresentador. Ele conta sobre o medo no início da pandemia. "Foi muito difícil, você não pode imaginar o que eu senti. Dia 13 de março a gente foi pro sítio, eu fiquei muito assustado porque eu sou hipertenso, tenho arritmia, eu sou pré-diabético, eu tinha em março 84 anos, eu estava com muito medo", detalha. Mas depois, ele bem que tentou voltar. "Eu fiquei escondido no sítio, em maio eu voltei, fui ver se podia voltar a gravar, aí disseram que não. Aí em junho voltei de novo e podia, mas a Eliana pegou essa porcaria e o Silvio proibiu", lembra.
E Carlos Alberto mostra que tentou tomar todos os cuidados para evitar a disseminação do vírus. "Eu tinha uma vida pessoal, então o que eu fazia, eu ia pra televisão e ninguém tinha coragem de parar. Eu entrava no meu carro, chegava no estacionamento, ligava pra gerente e ela vinha no carro e eu pagava minhas contas e ia embora".
Segundo ele, também foi muito difícil manter distância dos filhos. "E a saudade dos filhos? Me deu desespero. Eu tenho cinco filhos homens e uma menina e uma loucura que eu tenho com essa menina. No dia seguinte do meu aniversário, ela foi pro Rio pro aniversário da mãe do namorado e não pôde voltar. Aluguei um apartamento lá e ela ficou lá", revela.
Mas o apresentador também revela que chegou a visitar a filha, às escondidas, para matar a saudade. "Eu passei cinco meses longe da minha filha, eu estava enlouquecendo. E escondido dos meus filhos, porque eu estou na idade que os filhos acham que mandam na gente, e reprovado pela minha mulher, eu fui de carro pro Rio de Janeiro às cinco da manhã, passei o dia com ela e voltei à noite e meus filhos estavam loucos", lembra aos risos.
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Questionado sobre ter conversado com o dono do SBT, o humorista é enfático: "Eu não conversei com o Silvio, não. Eu conheço o Silvio muito bem e conheço ele há 64 anos. Eu não preciso falar com ele porque ele me deu uma liberdade plena de trabalhar. O meu programa não dá trabalho para a emissora, então eu evito falar com ele porque eu sei que ele não gosta. Ele diz que não faz mais nada, mas ele faz tudo, ninguém lá compra uma caneta sem o Silvio saber. Então me afastei pra não dar trabalho pra ele. A última vez que falei com o Silvio foi em 2019 quando eu ganhei o Troféu Imprensa e fui lá pra receber porque a gente trabalha no mesmo dia, então não dá pra gente se ver. E se o povo enche o saco dele, eu não vou encher".
E para mostrar como o patrão é, ele conta uma história vivida pelos dois. "Meu carro fica ao lado do carro dele no estacionamento. E a gente chegava no mesmo horário, eu ia editar e ele ia gravar e estava numa fase difícil lá dentro, com problema. E eu evitava encontrar porque se a gente se encontrava, ele soltava os cachorros. Aí eu via a hora que o Silvio chega e eu chegava um pouco mais tarde. Porque eu adoro automóvel e o Silvio não dá a mínima pra isso, ele tá muito acima disso, e ele pegava no meu pé por causa de carro. Uma vez eu fui com um carro, na outra semana eu tava com o outro, que eu tinha há muito tempo e ele não sabia. Aí eu saí com o Porsche e perguntei se ele queria comprar o carro e ele 'não, isso aí é pro Marcelo'", encerra aos risos.
Sobre a crise de audiência enfrentada pela Praça, Carlos Alberto se mostra tranquilo. "Deus vai me ajudar mais uma vez pra levantar essa audiência. Caiu, mas não caiu muito não. Antigamente a gente dava pico de 11, média de 9. Estamos dando média 5, 6, pico de 7. Pro que está acontecendo, a gente tava fazendo reprise da reprise, já estava indo pela terceira vez no ano, por causa dos personagens, porque uma vez eu coloquei coisa de 20 anos atrás, pra não cansar meus comediantes porque senão eles iam estar super queimados".
Mas ele ainda encontra tempo de brincar sobre a competição do programa com o BBB21 e com A Fazenda. "O Big Brother e A Fazenda são dois fenômenos e setembro tem porrada de novo. Não sei se A Fazenda vai dar o que deu no ano passado, torço pra não porque é pior que o BBB porque o BBB eu fico 40 minutos sem, A Fazenda não", finaliza, rindo.
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