Quarta Parede

Globoplay traz de volta o mito Hilda Furacão; conheça o mistério da personagem

Minissérie protagonizada por Ana Paula Arósio chega à plataforma nesta segunda-feira (19)

Em 1998, Hilda Furacão lançou a atriz Ana Paula Arósio ao estrelato - Foto: Globo/Arley Alves
Por Walter Felix

Publicado em 18/07/2021 às 14:55:00,
atualizado em 18/07/2021 às 16:55:48

Hilda Furacão chega ao Globoplay nesta segunda-feira (19). Exibida em 1998, a minissérie escrita por Glória Perez a partir do romance homônimo de Roberto Drummond (1933-2002) fez grande sucesso e lançou Ana Paula Arósio ao estrelato. A atriz deu vida à personagem-título, um verdadeiro mito mineiro que, ainda hoje, é cercado de mistérios.

A história é sobre Hilda Müller, uma jovem de classe média alta dos anos 1950, que escandalizou a sociedade mineira ao abandonar o noivo no dia do casamento e seguir para a zona boêmia de Belo Horizonte, onde se tornou uma famosa e cobiçada prostituta. Com o decorrer da trama, já sob a alcunha de Hilda Furacão, ela se apaixona por Frei Malthus, vivido por Rodrigo Santoro – bem antes de o ator seguir para Hollywood.

Afinal: Hilda Furacão existiu ou não? Em entrevista ao livro Autores: Histórias da Teledramaturgia, lançado em 2008, Glória Perez falou sobre a origem da personagem: “A Hilda não existiu, ela era uma síntese das mulheres que o Roberto Drummond havia conhecido e desejado quando jovem, mulheres que haviam feito a fama da zona boêmia de sua juventude”.

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Partiu da novelista a ideia de dizer que a personagem existiu de fato, mas desapareceu. “O que apareceu de Hilda, ninguém pode imaginar! Até pessoas conhecidas declararam ser a Hilda, e diziam que podiam provar. Um famoso diretor declarou que a Hilda foi a primeira mulher de sua vida e, cheio de orgulho, contava detalhes de sua iniciação com ela. Nós nos divertimos muito.”

A versão contada pelo próprio autor, que morreu em 2002, era outra. “Hilda existiu. Agora de tal forma ela foi mitificada e mistificada que ela se transformou em um boato. Um boato festivo, colorido, maravilhoso, então o livro é contado através desse boato”, disse ele em entrevista de 1991, anos antes de a minissérie ir ao ar.

Hilda Furacão tida com a verdadeira foi descoberta em 2014, meses antes de morrer

Uma nova versão sobre o paradeiro de Hilda Furacão surgiu em 2014. Há sete anos, o jornalista Ivan Drummond, primo do escritor mineiro, encontrou Hilda Maia Valentim, então aos 83 anos, na Argentina, vivendo em um asilo em Buenos Aires. Viúva de Paulo Valentim, ex-jogador do Boca Juniors, ela foi para o local após a morte do único filho, um ano antes.

Em entrevista ao Fantástico, Hilda confirmou ser a mulher tão cultuada em terras mineiras, mas não quis relembrar o passado. “Eu não tenho que falar nada da vida de Belo Horizonte”, resumiu. Contudo, confirmou que recebia proposta de homens encantados por sua beleza e também comentou a origem do apelido: “Chamavam [de Hilda Furacão] porque eu era brava”.

Na mesma entrevista, afirmou não sentir saudade do passado, apenas do falecido marido. Em dezembro do mesmo ano, Hilda morreu por causas multiorgânicas, com problema respiratório e falha renal.

Com a minissérie, disponível na plataforma de streaming após 23 anos, será possível conhecer um pouco das histórias, reais ou não, que cercavam a figura mítica de Hilda Furacão. A produção foi um sucesso em sua exibição original na Globo, quando alcançou grande audiência. Com direção de Wolf Maya, traz um elenco de peso, com destaque para Danton Mello, Matheus Nachtergaele, Rosi Campos, Paloma Duarte, Rogério Cardoso, Paulo Autran, entre outros.



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