Análise

Volta por Cima aponta novo caminho encontrado pela Globo para novelas das 7

Novela é de Cláudia Souto, mas lembra bastante títulos como Bom Sucesso e Vai na Fé, sucessos de Rosane Svartman na faixa das 19h


Jéssica Ellen como Madá em Volta por Cima, nova novela das 19h da Globo
Madá, a mocinha batalhadora e carismática interpretada por Jéssica Ellen, é dos fatores que garantem o apelo popular de Volta por Cima - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 01/10/2024 às 12:07,
atualizado em 02/10/2024 às 11:13

Nova novela das 19h, Volta por Cima estreou na Globo na segunda-feira (30) seguindo o mesmo caminho dos últimos sucessos da faixa. Com direção artística de André Câmara, a novela é de Cláudia Souto, mas lembra bastante as últimas criações de Rosane Svartman, responsável pelos maiores êxitos recentes do horário.

O primeiro capítulo mostrou o dia a dia da família de Madá (Jéssica Ellen), que mudará radicalmente com a morte do pai, o motorista de ônibus Lindomar (MV Bill). Também conhecemos o futuro par da heroína, Jão (Fabrício Boliveira); o noivo dela, Chico (Amaury Lorenzo); e a amante deste, Roxelle (Isadora Cruz), entre outros personagens de destaque.

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A mocinha batalhadora, o forte apelo popular, a interação entre ricos e pobres, o subúrbio carioca como cenário e muito samba como trilha sonora remeteram à bem-sucedida Bom Sucesso (2019), criada por Rosane Svartman em parceria com Paulo Halm.

Alguns desses elementos também estiveram presentes em Vai na Fé (2023), trabalho solo de Svartman e a novela mais bem avaliada da Globo no ano passado. As semelhanças vão da fotografia, mais colorida e ensolarada, ao título, com teor otimista e edificante.

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A fórmula de Svartman, que parece ter dado um rumo certo para as novelas das sete, consiste em dramas, ora leves, ora mais profundos, e em um subtexto potente de pautas sociais. A conclusão é de que o público do horário não quer ver apenas comédias rasgadas e despretensiosas.

Essa foi uma dica que a Globo custou a pegar. Lançado como autor titular nessa faixa, há 20 anos, João Emanuel Carneiro já havia garantido dois dos maiores sucessos dos anos 2000 com doses acentuadas de drama e suspense: Da Cor do Pecado (2004) e Cobras e Lagartos (2006).

Volta por Cima também traz marcas próprias da autora

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Cláudia Souto, a novelista da vez, também alcançou boa audiência com Pega Pega (2017), enquanto seu segundo trabalho, Cara e Coragem (2022), teve público razoável e pouca repercussão.

A atual criação também traz marcas próprias da autora, que costuma se aprofundar em temas específicos – antes, o ramo hoteleiro e o cotidiano dos dublês; agora, o universo dos transportes públicos. É a partir desses panos de fundo que a novelista desenha suas histórias.

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Volta por Cima se aproxima mais das novelas das nove do que das novelas das seis, ao contrário da antecessora, Família é Tudo, mais lúdica e açucarada. A atual tem boas pinceladas de humor, mas não é uma comédia romântica rasgada como a produção anterior.

Além de seguir a mesma trilha de novelas recentes no horário, Volta por Cima também parece ter seus próprios méritos. A história é forte, o elenco é ótimo, e os personagens, mesmo obedecendo a estereótipos, têm carisma. Parece ser o caminho certo para encontrar o sucesso no ponto final.

 

Assista à apresentação dos personagens de Volta por Cima:

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