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Com know-how, SBT agrega elementos que podem fazer o sucesso de "Cúmplices"

A coluna "Enfoque NT" analisa a estreia da nova novela infantil do SBT, "Cúmplices de um Resgate"


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A nova novela infantil do SBT - Divulgação/SBT
O SBT estreou na noite desta segunda-feira (03), mais uma novela infantil, “Cúmplices de Um Resgate”, remake da Televisa de 2002, que também foi transmitida pela emissora.
 
O que se viu foi um aprimoramento notável do SBT em apostar no segmento infantil. Cenários coloridos, tom lúdico, didático e personagens infantis carismáticos ditaram a próxima febre da criançada no horário das 20h30 - que será ocupada após o fim de "Chiquititas" daqui há duas semanas.
 
A atriz Larissa Manoela, atualmente em cartaz também na novela “Carrossel” (2012), evoluiu de maneira drástica, com uma interpretação segura das gêmeas Manuela e Isabela, a boa e a má. Ela seguramente deve alçar voos ainda mais altos daqui algum tempo.
 
Os toques “moderninhos” tiveram seu charme. Em plena era digital, onde até as crianças não se desgrudam dos tablets, celulares e redes sociais, o SBT acompanha essa tendência com as novelas infantis e consegue inserir com cuidado essa influência, seja na arte e na maneira com que os personagens utilizam essa tecnologia.
 

Agora, além de uma boa história com crianças - e para melhorar, com irmãs gêmeas -, “Cúmplices de um Resgate” tem um investimento de baixo risco, para não destoar dos desempenhos dos antecessores, com uma pitada de romance e novos elementos que provavelmente os pequenos vão gostar, como animais. Sim, animais. O “mascote” da novela, Manteguinha é cativante e a inserção desse universo na novela é mais um fator determinante para seu sucesso. Cão, gato, peixe, todos esses e mais alguns outros terão seu espaço e vão “falar” e “esboçar” reações conforme as situações que se desenvolvem. Tiro e queda.
 
No primeiro capítulo, o SBT preferiu apostar num “conto de fadas” para explicar a troca das gêmeas, algo mais didático e pueril, o que não havia no original, que já começava com o show da irmã boazinha. 
 
Vale lembrar que o SBT trabalha com 250 capítulos na versão brasileira, enquanto a mexicana teve apenas 135.
 
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A premissa da novela agrada e tem todos os elementos folhetinescos infantis para que faça sucesso: personagens bem construídos, protagonista talentosa, elenco adulto escolhido à dedo e animais, o que não houve nas duas tramas anteriores. Não que isso seja preponderante, até porque “Carrossel” e “Chiquititas” fizeram sucesso sem eles. Mas é um fator que agrega e ajuda a alavancá-la. 
 
Não se tem dúvidas do know-how do SBT para produzir para crianças. Há 34 anos o canal de Silvio Santos faz isso com primazia, e no horário das 20h30 vem sendo uma arma eficiente contra a concorrência.
 
Mesmo que a Record tenha lançado “Os Dez Mandamentos”, o SBT não perdeu nada com isso - só ganhou: voltou a brigar pelo segundo lugar investindo em dramaturgia para um público que, hoje, está completamente esquecido na televisão aberta.

 
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há dez anos e assina a coluna Enfoque NT há quatro, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter e Instagram: @tforatto
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