Grave

Ex-roteirista do Vai que Cola denuncia elenco por assédio moral: "Ofensivo e cruel"

Daniel Porto afirmou que chegou a ter depressão por conta do trabalho


Catarina Abdalla e Cacau Protásio em cena do Vai que Cola
Catarina Abdalla e Cacau Protásio na 11ª temporada do Vai que Cola - Reprodução/Multishow

O roteirista Daniel Porto usou sua página no Linkedin para denunciar o elenco do Vai que Cola de assédio moral. De acordo com o profissional, que pediu demissão em 2022, os atores eram tóxicos e essa situação lhe causou depressão, burnout e crises de ansiedade: "Ofensivo e cruel".

A publicação feita por ele ainda cita uma carta que escritores do humorístico escreveram para relatar abusos. "Os quatro anos que fiquei no Vai Que Cola me trouxeram a oportunidade de escrever para a TV. Um jovem de São Gonçalo escrevendo um programa sobre o subúrbio", iniciou.

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"Porém o preço que paguei foi caro: um burnout digno de uma internação psiquiátrica, depressão e crise de ansiedade como presente pelo assédio moral que era feito diariamente pelos atores e equipe de criação aos roteiristas. Foi quando em 2022 decidi que iria deixar o programa. Não importasse a dificuldade financeira que isso me acarretaria", seguiu Daniel Porto.

Na sequência, o ex-roteirista do Vai que Cola reclamou dos salários ofertados à equipe: "Aliás, financeiramente o salário é tão desrespeitoso quanto o tratamento que é dado aos roteiristas. Não importa seu currículo, um roteirista recebe entre R$ 5 mil e R$ 6 mil por mês para escrever aproximadamente 10 episódios do programa, e nem um centavo a mais pelas inúmeras reexibições do programa na TV".

"Já o redator final, meu caso, recebe R$ 5 mil por episódio. E a sobrecarga de ter que reescrever o mesmo inúmeras vezes com as demandas mais loucas que vêm do canal, dos atores, do departamento de figurino e tudo mais em prazos insanos", criticou o profissional.

Daniel Porto ainda disse que passou madrugadas acordado para reescrever episódios inteiros depois que os atores diziam na véspera que não iam gravar: "Enquanto seus salários gordos caíam na conta sem a menor preocupação e respeito com o trabalho alheio".

"O desdenho e o assédio moral com nossos textos eram diários e na nossa cara. Era direto, ofensivo e cruel. Todo mundo sabia, a estrutura inteira do programa sabia, e nós ficávamos vendidos tentando nos defender da maneira que nos cabia. Os nomes citados na carta são poucos. Todos do elenco, digo, todos do elenco tinham comportamento tóxico conosco, em maior ou menor grau", lembrou.

Por fim, o ex-roteirista do Vai que Cola disse que esse assunto demorou a se tornar público e admitiu que a equipe tinha medo de se expor. "Sempre ficamos com medo de nos expor e perder futuros trabalhos como roteirista, que são cada vez mais escassos. Demorou muito para que o pedido de socorro da equipe viesse", afirmou.

"Demorou muito para que o óbvio fosse dito. Muito amigos se desgastaram muito emocionalmente e psicologicamente por causa dessas pessoas. Obrigado, André Gabeh, pela coragem de dizer algo. Me solidarizo e compartilho meu relato para dizer que você não está sozinho nessa", completou ele.

Roteiristas do Vai que Cola denunciaram abusos

Roteiristas do Vai que Cola apresentaram uma carta para toda a equipe do programa, incluindo direção e elenco, com o objetivo de denunciar violência psicológica. Segundo o texto, tudo começou com atores que criticavam os textos, mas as reclamações evoluíram para abusos que prejudicaram o ambiente de trabalho.

André Gabeh não citou nomes, mas acusou os artistas de confabularem contra seus roteiros. "Apesar dos elogios que me faziam, o elenco do programa não estava satisfeito com o que eu escrevia. Eles têm todo direito de não gostar e, em uma relação profissional as coisas, para dar certo, têm que funcionar para todos", escreveu, em publicação feita no Facebook após sua demissão.

De acordo com o Notícias da TV, Gabeh foi desligado da atração do Multishow após atores se queixarem de seu trabalho. Segundo o profissional, sua intenção era deixar o humor besteirol de lado e colocar diálogos mais politizados.

Atualmente, a 11ª temporada do programa está em produção e será exibida ainda neste ano.

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