Em Coronel Sapucaia

Caco Barcellos é ameaçado ao flagrar compra de votos para Bolsonaro

Equipe do Profissão Repórter fez denúncia de reunião que tentava induzir beneficiários do Auxílio Brasil a votar no presidente


Caco Barcellos no Profissão Repórter
Caco Barcellos recebeu telefonema de homem desconhecido em tom de ameaça por conta de reportagem em Coronel Sapucaia - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 02/11/2022 às 11:45,
atualizado em 02/11/2022 às 11:52

Caco Barcellos recebeu uma ameaça após investigar compra de votos para o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição derrotado por Lula no último domingo (30). O apresentador do Profissão Repórter foi até uma reunião organizada pela prefeitura de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, com beneficiários do Auxílio Brasil. A edição foi ao ar na noite de ontem (1º) na Globo.

Ao entrar na reunião, Caco Barcellos questiona uma mulher presente se o encontro teria relação com a votação do segundo turno das Eleições 2022. “Tem a ver com demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”, resume ela. Logo após a chegada do jornalista, os presentes começam a se dispersar e ir embora.

Enquanto fazia perguntas, o repórter da Globo recebeu ameaças de um homem presente no local. “É melhor vocês ficarem na sua”, disse ele. Barcellos afirma, em trecho do programa, que o desconhecido tentou impedir o trabalho da imprensa. “Não se aproxime de mim, ok?”, disse o jornalista na ocasião.

O repórter flagrou ainda uma mulher recolhendo os nomes das pessoas presentes no local. Uma beneficiária do Auxílio Brasil desconversa ao ser questionada sobre o que foi dito na reunião: “Eu não entendi direito. Não deu para ouvir”. Uma secretária da prefeitura afirmou que a lista seria enviada ao Ministério do Desenvolvimento Social, mas não dá explicações.

"Eu sugiro a vocês terminar a pauta o quanto antes", diz homem em telefonema a Caco Barcellos

Caco Barcellos foi tirar satisfações com o prefeito da cidade, Rudi Paetzold, que negou ter organizado o encontro. Uma moradora falou sobre a suspeita de assédio eleitoral. “Falaram sobre o Auxílio Brasil, mas a parte foi só sobre política, que teria que votar no 22 [número de Bolsonaro], senão não haveria mais verba para a cidade”, revelou.

“Pararia com tudo, de fazer o asfalto, as escolas… Quando você chega lá, se você está precisando do Auxílio para sobreviver, você muda seu voto na hora com medo de perder o benefício”, argumentou a entrevistada. “Para mim, aquilo foi uma pressão das pessoas”, disse, afirmando ainda que o evento foi promovido pelo prefeito.

Horas depois, Caco Barcellos recebeu um telefonema em tom de ameaça. “Fiquei preocupado, extremamente preocupado. Eu sugiro a vocês terminar a pauta o quanto antes. Se você quiser continuar aqui na cidade, fazendo o seu trabalho, é por sua conta em risco, mas eu conheço bem a cidade. É complicado”, disse um homem na ligação.

Confira o trecho do Profissão Repórter em que Caco Barcellos é ameaçado:

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