Sérgio Montenegro

Campeão da Casa dos Artistas 3 lançou livro em braile e virou apresentador na Record

Sérgio Montenegro venceu o reality há 20 anos


Sérgio Montenegro na Casa dos Artistas 3 e atualmente na Record
Sérgio Montenegro ganhou R$ 400 mil em 2002 na Casa dos Artistas 3 - Foto: Reprodução/SBT/Instagram
Por Thiago Forato

Publicado em 28/07/2022 às 04:59,
atualizado em 28/07/2022 às 09:11

Agora jornalista e apresentador na Record no estado da Paraíba, Sérgio Montenegro percebeu que o tempo passou rápido ao atender o telefonema para relembrar os 20 anos de sua vitória na Casa dos Artistas 3 em 28 de julho de 2022. "Tomei um susto quando vi sua mensagem. Faz 20 anos, cara. Estava com 29 [anos]. Eu fiquei: 'É isso mesmo: 2002'", surpreendeu-se ele no início do bate-papo.

Atualmente, Serginho, como ficou conhecido, trabalha na TV Correio, afiliada da Record na Paraíba e apresenta um programa chamado Correio Esporte, além de também fazer reportagens. "Estou aqui há oito anos. Mas na TV como apresentador estou há 14 anos. Me apaixonei pelo Jornalismo. Sou formado em Contabilidade e Direito, mas me apaixonei tanto pelo Jornalismo que eu fiz o Mestrado em Jornalismo pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba)", orgulha-se ao NaTelinha.

Sérgio acabou escrevendo um livro fruto desse Mestrado, que conta a história de cinco atletas paralímpicos, três deles cegos. "Batalhei para lançar o livro em braile também. Foi o primeiro livro da Editora União aqui. Foram 50 livros em braile que fiz aqui", conta sobre a obra intitulada Feitos Paralímpicos - A Trajetória de Cinco Paraibanos na Rio 2016.

A ideia veio depois dele perceber que um dos personagens do livro tinha uma filha de apenas 2 anos de idade que enxergava, mas ele e a esposa, não. "Eu disse: 'Poxa, tô contando a história dele, e ele não vai poder ler. Vai poder ouvir, mas ler não vai poder. Poxa, preciso lançar esse livro em braile. Tinha uma editora aqui que montou uma máquina de braile e disseram: 'A gente faz, é caro, mas como vai ser o primeiro será mais como uma divulgação pra gente'", diz sobre o livro lançado em 2018.

A editora acreditou no projeto e bancou os custos e que segundo ele, são bem mais caros. "É um processo muito complicado, é um programa de computador. O livro está em word, eles passam para o computador que faz a leitura do braile. Aí tem uma pessoa que enxerga, que já vê se está tudo certo e começa a imprimir. E existe o revisor em braile. O cego que vai lendo o livro pra ver se está certo. É um processo complicado", reforça.

Sérgio Montenegro na Casa dos Artistas 3

No ano de 2002, a Casa dos Artistas era um fenômeno de audiência. Ainda que a segunda temporada não tenha tido o desempenho da primeira, continuou dando trabalho para a Globo. Em alta para os padrões do SBT, Silvio Santos resolveu mesclar artistas e fãs na terceira temporada. Serginho não hesitou em se candidatar como fã de Solange Frazão. "Lembro de todo o processo. Vi o anúncio e na época que eu era triatleta da seleção brasileira de triatlo. Tinha um carinho muito grande por Solange, essa questão de divulgar saúde, até hoje ela trabalha com isso. Me inscrevi, mandei uma foto", recorda.

Na época, o campeão daquela edição mandou sua fotografia através do site. Na imagem, que você pode ver abaixo e em primeira-mão, Sérgio estava em um Pan-Americano em Cancún, México. "Depois da prova tirei a foto de sunga, estava com o corpo assim... Quem olhava, pensava que eu tinha 1,95 de altura. Quando cheguei lá [no SBT], o cara disse: 'Pensava que você era mais alto", diverte-se.

Campeão da Casa dos Artistas 3 lançou livro em braile e virou apresentador na Record

Casa dos Artistas 3: A seleção

Concursado do Banco do Brasil desde os 19 anos, Sérgio relembra com detalhes o processo de seleção para o reality do SBT: desde os primeiros questionamentos por telefone, até no palco ao vivo com Silvio Santos.

Ligaram a primeira vez, fizeram uma série de perguntas [sobre Solange]. Nome completo, das filhas. Depois que eu respondi, contei um pouco da minha vida, que era triatleta, ator de teatro, fazia teatro na época. E aí me ligaram de novo e disseram: 'Você foi selecionado, mas pra vir a São Paulo pra fazer entrevista com psicólogo'. Passei, eram duas psicólogas e uma câmera. Era tudo escuro. E depois disso, voltei pra João Pessoa, me ligaram chamando de novo, conheci o diretor que era o Rancoletta [Fernando], me explicou mais ou menos, tinha uma entrevista, mas ainda não estava selecionado não. Foi mais pra conversar com o diretor, mas estava avançado o processo. E me ligaram numa sexta-feira à noite: 'você está entre os três e embarcar para São Paulo amanhã'. Foi um negócio fulminante. Foi na véspera.

Serginho sobre sua seleção para a Casa dos Artistas 3

Dito isso, o fã de Solange Frazão teve férias concedidas pelo Banco do Brasil e algumas folgas a que tinha direito devido a trabalhar muito aos finais de semana. Enquanto estivesse confinado, queimou todas elas e só depois que foi o campeão pediu demissão para seguir sua carreira como ator, que era seu sonho. "Eu tinha o sonho de fazer teatro em São Paulo. Um sonho muito grande. Pude realizar."

Nesse tempo, Serginho trabalhou com Gibe (1935-2010), Imara Reis, dentre outros. "Depois, meu último processo foi em um caminhão chamado Show de Culinária que fazia. Viajamos o interior de São Paulo inteiro. Fazia o ajudante trapalhão da professora que era dentro de um caminhão mesmo e tinha uma cozinha dos sonhos. Pra qualquer um que goste de cozinha era fantástico. Depois de um ano descansei, fiz Direito e 'vamos embora'. Me tornei advogado tributarista, e depois me chamaram pra ser apresentador de programas. Apresentei game cultural na TV por assinatura. Apresentei talk-show, entrevistei pessoas maravilhosas, tenho entrevista com Nelson Xavier que morreu, Jean Wylls, Mayana Neiva. Aí depois disso mediei debates de política, análise jurídica, apresentei um programa que tinha três horas de duração, jornalismo com entretenimento. E aí surgiu o convite pra vir pra Record."

A camaradagem de Silvio Santos

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Em um tempo que reality show era mato, Silvio Santos dava algumas colheres de chá para os participantes, sempre os abastecendo com informações externas. Na Casa 3, por exemplo, os integrantes puderam assistir o Brasil na Copa do Mundo em dois jogos: semifinal e final. "A semifinal foi contra a Turquia e quando começou o jogo, deixaram a imagem da Globo mas com o som da rádio Bandeirantes. E quando a gente viu o Brasil e Turquia dissemos: 'Isso é piada, querem enganar a gente'. De repente um comentarista contou a história do Brasil na Copa e a gente falou: 'é a semifinal mesmo'. E fomos assistir", revela.

"O Silvio [Santos] foi bem camarada. Foi camarada, né? Até porque, a gente sabia que tinha jogo e ficava do lado de fora esperando os fogos. A gente ficava pulando mas não sabia quanto estava o placar. No dia que transmitiram Brasil e Turquia, aí a gente estranhou. Quem ia imaginar que a Turquia estava na semifinal?"

Na final, a festa: "Colocaram a gente pra assistir. Deram camisa do Brasil pra gente, criaram a historinha pra criar no programa. Deram oito latas de cerveja só, pra oito pessoas [uma para cada um]. Não tinha muita bebida não".

O último episódio, aliás, que contou com oito pessoas, foi fruto da mudança de regras na eliminação depois de sentir que poderia perder gente importante, como Agnaldo Timóteo (1933-2021), ainda na terceira semana. Sergio garante que não se incomodava com essas mudanças feitas pelo dono do SBT. "Eu vou ser muito sincero. Ficava feliz da vida. Por mais que você não goste da pessoa, você sente a saída da pessoa. É muito maluco isso. Surpreendia. Ficava surpreso, mas ao mesmo tempo, tá de boa. É porque eu me vejo um cara muito diferente do que é hoje o reality show. Eu curtia o reality show. Ah, jogou... Jogou? Sei lá! Aproveitei o momento, não tinha essas preocupações. E era mais light, vou te ser bem sincero. Hoje está muito pesado. Entendo que tem a forma de se reinventar do reality show... eu tava feliz da vida lá! Acordava muito cedo, acordava às 4h30, 5h da manhã diariamente. Tomava café, musculação, trabalhava em caixa de banco, saía, ia treinar de novo, final de semana ia fazer teatro. Eu estava de férias. Pra mim foi um descanso, essa é a verdade."

Questionada se esperava ganhar e se sentia algo sobre isso, respondeu: "Não tinha termômetro. Eu estava tão feliz, curtindo. Tinha hora que enchia o saco, mas não tinha essa preocupação, apenas vivia cada dia. Fazia a Vovó [personagem criado por ele e que resgatou recentemente], eu curtia. Pra mim foi um susto quando ganhei. Não tava ligado nisso. A proporção aí foi um susto grande. Quando a gente saiu da Casa era um negócio impressionante".

Entrando como fã de Solange Frazão, Sérgio se deu bem e ganhou os R$ 400 mil oferecidos na época. No entanto, doou 10% e ficou com R$ 360 mil desse montante. "Doei para 11 instituições de caridade aqui da Paraíba que receberam", diz ele.

Sua história dentro do reality rendeu também um namoro com Luiza Ambiel. Os dois se envolveram do programa, mas terminaram poucos meses depois. Restou o carinho e admiração até hoje. Tanto que Sérgio torceu pela ex-Musa da Banheira do Gugu em 2020, quando ela participou de A Fazenda 12.

Levando uma vida mais tranquila, Serginho despista se aceitaria um convite para participar do programa da Record, que tem o mesmo diretor: Rodrigo Carelli. "Não sei. Quem sabe? Pensaria!", gargalha.

Os planos de Sérgio Montenegro

Campeão da Casa dos Artistas 3 lançou livro em braile e virou apresentador na Record

No comando do Correio Esporte, também divide o programa Verão com Bruna Borges, ex-participante do The Voice Brasil. Sérgio afirma que quer continuar na área de jornalismo e entretenimento. Ele retomou recentemente a personagem Vovó, que fazia na Casa dos Artistas 3, há 20 anos. "Fiz um comercial aqui com ela e nunca mais toquei na minha personagem. E depois de 20 anos, revivi esse personagem aqui. Eu estou ao vivo como apresentador e contraceno comigo mesmo na televisão, conversando com a Vovó", explica ele, que é casado há nove anos com a advogada e bancária Luana Porto.

Duas décadas depois do programa, admite que não mantém tanto contato com os outros ex-colegas de confinamento. "A gente tem mais pela rede social. Falo com Bernardo, de repente com a Solange. Cada está numa cidade. Bernardo está em Nova Iorque, Flávio nos Estados Unidos", encerra.

 Confira Sérgio contracenando com ele mesmo em seu programa na Record:

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