Fim da tradição

Valeria Valenssa defende fim da Globeleza: "Somos mais que um corpo"

Primeira a ocupar o tradicional posto no Carnaval da emissora opina sobre decisão do canal


Valeria Valenssa com efeitos visuais no copo na época de Globeleza/ Valeria Valenssa atualmente posada
Valeria Valenssa defende fim da Globeleza na Globo - Foto: Reprodução
Por Marcela Ribeiro

Publicado em 23/03/2022 às 17:50,
atualizado em 23/03/2022 às 20:21

Valeria Valenssa, primeira modelo a emprestar seu corpo e samba no pé para a figura da Globeleza, nas vinhetas do Carnaval da Globo entre 1991 e 2004, defende o fim da sexualização das mulheres negras na televisão. Eternamente lembrada como a primeira Globeleza, e a pessoa que defendeu o posto por mais tempo, ao todo 14 anos, Valenssa se pronuncia sobre a decisão da emissora carioca em acabar de vez com a figura.

A Globo encerrou a tradição de 30 anos da vinheta em que mostrava uma mulher negra nua, coberta por purpurinas ou efeitos visuais, sambando ao som da música tema do Carnaval da Globo. Para o Carnaval de 2022, a emissora decidiu reprisar cenas dos desfiles passados com a música oficial da data do canal, composta por Jorge Aragão e José Franco Lattari, famosa na voz de Neguinho da Beija-Flor, dessa vez regravada por Teresa Cristina. Em entrevista exclusiva para o NaTelinha, Valeria relembrou sua passagem pelo posto.

"A Globeleza é um personagem que não só marcou a minha vida, como também representou um grande divisor de águas na minha carreira. Fui muito feliz durante todo tempo que estive no posto, representando o sonho de muitas mulheres pretas de ter prestígio e reconhecimento dentro da TV brasileira. E mesmo depois da minha saída, o posto continuou sendo muito bem representado por todas as meninas que vieram."

Valeria Valenssa

"É um personagem que se tornou um ícone não só para a Globo, devido a vinheta, mas principalmente para o carnaval. Aliás, a Globeleza, na minha opinião pode sim ser considerada um patrimônio do Carnaval. Mas hoje com todas as conquistas e as discussões que têm sido levantadas em torno do empoderamento da mulher preta e a conscientização e luta contra a sexualização das mesmas, acho que talvez fosse a hora de experimentar mesmo novos formatos para a vinheta."

Valeria Valenssa

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Valeria afirma que é necessária a abordagem de novos conceitos para representações para o Carnaval, e não somente a uma mulher negra nua sambando no vídeo.

"Teremos sempre mulheres sambando e exibindo toda a sua beleza, com ou sem roupa, pintada ou não, porque somos livres para sermos e fazer o que quisermos. Mas acho que ainda são necessárias e importantes mais discussões sobre a assunto, até para reafirmar o que já sabemos há muito tempo, que nós mulheres pretas, somos muito mais do que um corpo cheio de curvas. Nós mulheres do carnaval, somos muito mais do que beleza e samba no pé. Somos mulheres e temos o nosso valor, nossas dores e as nossas glórias."

Valeria Valenssa

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