Se pronunciaram

SBT nega que esteja exibindo campanha LGBTQIA+ por ordem judicial

A assessoria da emissora garante que a peça não é resultado de um processo por falas homofóbicas de Patrícia Abravanel


Patrícia Abravanel de roupa preta e cabelos soltos, falando para a câmera
Patrícia Abravanel em campanha contra a LGBTfobia - Reprodução/SBT
Por Redação NT

Publicado em 12/01/2022 às 15:55,
atualizado em 12/01/2022 às 17:25

Na última terça-feira (11), rumores de que a campanha a favor da diversidade LGBTQIA+ exibida pelo SBT teria sido fruto de uma ordem judicial movimentaram a internet. O processo seria referente a algumas declarações de Patrícia Abravanel no Vem Pra Cá, em 2021, em que a apresentadora disse que os conservadores têm o direito de ser intolerantes. Por meio de um comunicado, a assessoria da emissora de Silvio Santos afirmou que os boatos não procedem.

"O SBT esclarece que não é verdade que sua campanha sobre a importância de combater a LGBTfobia foi ordenada pela Justiça. Ao contrário do que está sendo divulgado, não existe condenação contra a emissora e nem à artista Patricia Abravanel", diz o início do texto, sobre a peça que está sendo veiculada nos intervalos da programação do canal desde o início de janeiro.

"É bom que fique claro que o SBT lançou essa campanha na TV e em todas as plataformas digitais com o intuito de conscientizar e transformar as pessoas. A emissora sempre teve o seu Comitê de Diversidade e Inclusão para tratar dessa e de outras temáticas ao longo dos anos", continua o comunicado.

Na sequência, o texto fala sobre um comitê interno. "Vale ressaltar ainda que, através da Universidade Corporativa e da plataforma SBT do Bem, o canal possuí um calendário anual de ações afirmativas em diversidade, inclusão e pertencimento. A iniciativa, inclusive, conta com o apoio da  empresa  uma diversidade criativa, referência no mercado", diz.

Para terminar, a assessoria afirma que fará o necessário para que as notícias que falavam sobre uma obrigação de Justiça sejam corrigidas. "Ciente da gravidade e por se tratar de informações inverídicas, o SBT já tomou as devidas providências para esclarecer a situação e irá solicitar a retificação das publicações", finaliza.

A campanha em questão traz vários nomes do SBT falando contra o preconceito com lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e assexuais. "Há 15 anos, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo", diz Patrícia Abravanel, que é a primeira artista a aparecer na peça publicitária. O vídeo conta ainda com Eliana, Celso Portiolli, Chris Flores, Gabriel Cartolano, Maria Gal, Otávio Martins, Luiz Alano e outros funcionários da emissora que trabalham atrás das câmeras, em outros setores. No vídeo, o elenco da casa explica que LGBTfobia é crime e que todos precisamos nos unir para transformar esse cenário de preconceito.

Assista à campanha:

Patrícia Abravanel trata homofobia como opinião e pede compreensão de LGBTQIA+

No mês do orgulho LGBTQIA+, Patrícia Abravanel causou revolta ao fazer uma fala em que minimizou a homofobia e tratou o crime previsto em lei no Brasil como “opinião” e “conflito de geração”. A apresentadora ainda pediu compreensão da população LGBTQIA+ com os preconceituosos durante o programa Vem Pra Cá do início de junho de 2021, no SBT.

Tudo começou quando a filha de Silvio Santos e Gabriel Cartolano repercutiam o vídeo com falas homofóbicas compartilhado por Caio Castro e Rafa Kalimann. Patrícia, então, decidiu dar seu parecer sobre a questão.

“Eu acredito que nós mais velhos, filhos de pais conservadores, a gente está se abrindo, mas eu acho que é também um direito das pessoas respeitarem, porque não concordar em discordar, entendeu?”, disse a apresentadora.

E ela prosseguiu: “A gente pode ter opiniões diferentes, eu e o Cartolano, mas tudo bem... Tudo é muito enfatizado, tudo muito é muito polemizado, tudo é muito... Eu não acho, por exemplo, que o Caio Castro e a Rafa são preconceituosos ou são homofóbicos... Eu acho, realmente, que eles foram educados de outra maneira”.

“Como os LGBTs, Y, H, não sei, querem o respeito, eles têm que ser mais compreensivos com aqueles que hoje não entendem direito e estão se abrindo para isso”, completou Patrícia.

Na ocasião, a Associação Brasileira de Mulheres LGBTIs chegou a divulgar em seu perfil no Instagram um comunicado dizendo que foram protocoladas duas denúncias contra Patrícia e o SBT. Uma fundamentada na Lei 10948/01 junto a Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e uma Notícia Crime, junto ao Ministério Público Federal. Em nota, nesta quarta-feira (12), a ABMLBTI divulgou uma nota em que confirma o que foi dito pelo SBT  e reconhece a importância da campanha feita pela emissora. Leia o pronunciamento na íntegra e confira as postagens da época:

A ABMLBTI (Associação Brasileira de Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexos) vem a público apoiar e valorizar a campanha promovida pelo SBT de combate à LGBTIfobia, que está sendo veiculada em sua programação desde 01 de janeiro de 2021.

A Associação tem orgulho de ter feito parte da construção da peça publicitária, que respeita a diversidade e está alinhada com a defesa e garantia de Direitos da população LGBTQIAP+.

Construímos a campanha junto com o SBT, entendendo que seu interesse na conscientização da população sobre o combate a LGBTIfobia é genuíno e verdadeiro. Assim como faremos com toda e qualquer organização disposta a se reexaminar e trabalhar pelo combate às discriminações.

A iniciativa vai de encontro ao objetivo principal da nossa Associação, que é o ativismo por meio do Direito, do advocacy e da ação social para enfrentamento às discriminações LGBTIfóbicas e de gênero.

Nesse ensejo, cumpre-nos elucidar que essa campanha não acontece por determinação ou condenação judicial contra a emissora ou qualquer pessoa envolvida.

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