Boris Casoy bate marca no YouTube e revela o que lhe surpreendeu: "Presença intensa do ódio"
"Esse tipo de ódio é organizado pelos extremos, tanto pela direita como pela esquerda", explica
Publicado em 14/08/2021 às 08:28,
atualizado em 26/08/2021 às 23:10
Boris Casoy está há quase um ano no YouTube com seu Jornal do Boris e alcançou na última semana a marca de 100 mil de inscritos na plataforma. Ele garante que não estipulou nenhuma meta numérica e quer crescer sem abrir mão do que imagina: a boa qualidade jornalística. Nesses últimos meses, continua contando com o apoio de amigos para se adaptar à internet e fala sobre o que mais lhe surpreendeu neste primeiro ano online. "Foi a presença do ódio e mentira nas redes", conta em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
No ano passado, o jornalista disse ao site que dominava apenas o trivial na internet. Passado um tempo, admite que seu aprendizado está sendo mais lento do que imaginava, mas ressalta: tem evoluído. "Nesse aspecto ainda me devo muito. Minha atenção foi centrada mais no conteúdo que na forma e na parte técnica. Mas sou curioso e procuro aprender. Tenho ao menos uma surpresa por dia", garante.
O veterano afirma que vai acabar desvendando boa parte dos mistérios da internet e classifica a trajetória no YouTube como um desafio permanente e até divertido. Para crescer nas redes, não quer abrir mão, além da boa qualidade jornalística, da independência e do apartidarismo. "Meu lado são todas as liberdades. O Jornal do Boris já está se pagando, mas com um produto mais vigoroso terei coragem de mergulhar no mercado publicitário", almeja.
Boris assegura que não quer nenhum tipo de publicidade governamental, embora lembre que isso não seja criminoso. "Mas, acho que no Brasil os governos esperam, pelo menos a 'boa vontade' dos veículos, jornalistas, apresentadores, etc. Já estive dos dois lados e penso saber como essas coisas funcionam, especialmente quando os países atravessam uma crise como a nossa. Sou contra a utilização sem limites de dinheiro público em propaganda. Porém fica difícil impor isso a Satanás."
Redes sociais são palco de mentira, diz Boris Casoy
O ódio nas redes sociais foi o que mais surpreendeu o jornalista ao longo desse primeiro ano. "Mais do que eu imaginava. Além do que pode ser esperado de um ser humano, esse tipo de ódio é organizado pelos extremos, tanto pela direita como pela esquerda. Particularmente, as redes são palco de mentiras de todos os calibres e racismo. Acho que precisamos combater com o maior vigor possível essas barbáries. Para mim, o caminho é liberdade com responsabilidade."
Nada de censura, mas sim, penas duras e julgamentos rápidos para essas ações criminosas. Infelizmente, o Brasil tem cultivado a impunidade. Pedir prisão de alguém 'pega mal' no país. Para determinados setores, especialmente da esquerda, ninguém tem culpa de nada; não existe perversidade, a raiz de tudo está na sociedade... E aí vem essa bobajada de que a solução está no socialismo, que não deu certo em parte nenhuma do mundo. Isso nada tem a ver com direitos humanos, que precisam ser respeitados, mas aqui são 'demonizados' por grande parte da população. A fórmula é liberdade com responsabilidade. Não é fácil, mas é possível.
Boris Casoy
A crítica na condução das vacinas por Jair Bolsonaro
Crítico de Jair Bolsonaro no que diz respeito à condução da vacina na pandemia, Boris afirmou numa entrevista no Conversa com Bial em julho que isso anula suas virtudes. Questionado sobre quais seriam as virtudes do atual presidente, respondeu: "Todo o governo tem virtudes e defeitos. Nosso presidente fala antes de pensar. Seu conceito de governar é autoritário, mas não tem nada de fascista. Não me obrigue, por favor, a fazer uma relação de políticas e obras. Há ministros competentes neste governo. Posso citar a política econômica, de infraestrutura etc. Poderia ser melhor se o presidente deixasse a administração fluir mais livremente. E fugisse da ação fundamentada apenas em questões ideológicas e ultrapassadas. As oposições fazem o jogo que lhes convém de pintar Bolsonaro como um inimigo do Brasil, mas essa tarefa tem sido auxiliada pelo próprio presidente, que governa com os olhos voltados para a eleição de 2022".
Para ele, a questão do combate à Covid-19 foi politizada ao extremo. "É um problema técnico ainda não resolvido por estarmos enfrentando um inimigo praticamente desconhecido. Não cabe a um presidente receitar nem optar por esse ou aquele tratamento. A maioria esmagadora dos cientistas escolheu um caminho a que Bolsonaro infelizmente se opõe."
O jornalista ainda lamenta: "Acho que ele acredita piamente nessas ideias negacionistas. Não vejo nele interesses escusos, como o de vários defensores de soluções exóticas. Aliás, quem liga a TV a noite pode verificar com os próprios olhos a ação de charlatões que 'curam' Covid, câncer, piolho e calo com um copo d'água sobre o televisor. E ninguém fala nada. Votos e grana parece que falam mais alto".
"Sou a favor do voto impresso", diz Boris Casoy
Na última terça-feira, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, conhecida como PEC do voto impresso. Foram 229 favoráveis, 218 contrários e uma abstenção. Como a matéria não teve os 308 votos necessários, a PEC foi arquivada.
Sem medo de opinar, Boris Casoy se posiciona a favor do voto impresso e acredita que isso seria mais uma "tranca" para a defesa da urna eletrônica, em vigência há 25 anos no Brasil. Embora não exista comprovação de fraude, acredita que seria mais uma defesa contra qualquer tentativa de invasão do sistema.
Sou a favor do voto impresso, que representa mais uma tranca para a defesa da urna eletrônica. Aliás, em seu relatório à Polícia Federal diz que não há nenhuma comprovação de fraude até hoje, mas opina a favor do voto impresso, como mais uma defesa contra qualquer tentativa de invasão do sistema. Embora o TSE pregue a incolumidade das urnas e do sistema adotado, informática e outras formas de tecnologia tem evoluído de maneira muito rápida. Por isso, recorro à velha expressão de que é melhor prevenir do que remediar. O custo pode ficar por conta das emendas parlamentares e do fundo eleitoral.
Faltando pouco mais de um ano para as eleições, não revela seu voto. "Acho muito cedo, a meu ver, o quadro de candidatos ainda não está completo. E muita coisa pode acontecer até as eleições", projeta.