Tany Mary

Mudinha da Xuxa nos anos 80 hoje é mediadora judicial com domínio em libras


Xuxa e Mudinha nos anos 80
Divulgação

Lembra da Mudinha da Xuxa? No final dos anos 80, Tany Mary ficou conhecida em todo o Brasil ao participar do programa "Xou da Xuxa" como intérprete da língua de sinais.

30 anos depois, hoje ela trabalha no Tribunal do Trabalho e é a primeira mediadora judicial com domínio em libras. Além disso, é vista diariamente na Globo, aparecendo no canto da tela fazendo a tradução de classificação indicativa de todos os programas da emissora.

Tany é filha de pais surdos e teve como sua primeira língua, a libras. Aos 3 anos, foi para a escolha para ter um melhor aprendizado do português. Desde criança, traduzia tudo o que os pais precisavam. Até que, em 1988, aos 13 anos, foi com a mãe assistir ao "Xou da Xuxa", bem na época do lançamento da música "Abecedario da Xuxa", que tinha na sua coreografia o alfabeto de sinais.

Na atração, Tany foi convidada para "cantar" a canção ao lado de Xuxa e da mãe. Posteriormente, foi convidada pela apresentadora para trabalhar nos sorteios do programa, traduzindo as cartas. Dessa forma, a libras despertou a atenção de crianças e adultos.

Mudinha da Xuxa nos anos 80 hoje é mediadora judicial com domínio em libras
Fotos: Jânio Carvalho

Anos depois, a moça concluiu cursos de teatro e conquistou o registros de atriz. Assim, fez algumas participações como atriz surda, coordenou personagens nessa situação em filmes como "Xuxa e os Duendes 2" e novelas como "Corpo Dourado", além de ter traduzindo vídeos internos da Globo. Também atuou em "Uga Uga" (2000), "O Profeta" (2006) e no humorístico "Casseta & Planeta". Ainda apresentou um programa no canal TVE, direcionado para surdos.

Somente em 2002, a língua dos Sinais foi reconhecida como uma língua oficial dos surdos e surgiu a lei 10436/2002.

Também advogada, Tany Mary passou em um concurso público federal em 2009 e começou a ser convocada por juízes para atuar na tradução de surdos. Qualificou-se como mediadora judicial e tornou-se a primeira mediadora judicial com domínio em libras.

Ainda ministrou palestras em universidades e no próprio tribunal. Atualmente, estuda para um outro concurso também na área jurídica e pensa em retomar sua carreira como atriz.

Sobre toda sua experiência como tradutora de libras, ela comenta: "Considerando que a libras é a minha primeira língua, toda vez que traduzi ou traduzo algo tenho sempre a sensação de fazer o mínimo que poderia, por ter recebido a minha audição de quem não a tinha, minha mãe".

Hoje, qual é o seu maior sonho? "Aos 43 anos, percebo que a vida é feita de metas e objetivos e agradeço a Deus por todas as coisas ruins e boas que passei, pois foi graças a isso que hoje sou a pessoa que a vida construiu. Três objetivos ainda tenho: ser mãe, passar no concurso para a magistratura e participar de um longa-metragem que envolva história dos surdos".

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