Bolsonaro está se sentindo traído pelas Forças Armadas
Ex-presidente sente que os depoimentos foram para incriminá-lo
Publicado em 15/03/2024 às 20:30
Jair Bolsonaro (PL) não está nada satisfeito com os depoimentos, que se tornaram públicos nesta sexta-feira (15), de ex-comandantes das Forças Armadas a respeito da tentativa de golpe de Estado. Na visão dele, boa parte das declarações tiveram por objetivo incriminá-lo praticamente sozinho pelo caso e parece, na visão dele, haver um esforço para poupar os militares.
Segundo a jornalista Andreia Sadi, do Globo, pouco depois das eleições 2022, Bolsonaro aparecia triste em público, mas não era por ter perdido nas urnas para Lula (PT), e sim porque sua tentativa de reverter o resultado e permanecer no poder havia sido rechaçado pelos militares.
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O NaTelinha apurou que, nesta sexta-feira (15), o ex-presidente mostrou bastante irritação ao saber do teor das declarações de seus antigos subornados nas Forças Armadas. A aliados, ele teria dito que está enxergando um processo de fritura e de que os militares estariam entregando a cabeça dele para se preservar.
Fontes ouvidas pela reportagem explicaram que, para Bolsonaro, os depoimentos são um movimento claro de abandono e traição. Ele teria dito a uma pessoa próxima que ninguém poderia ter contado o teor das reuniões porque, à época, ele era o chefe supremo das Forças Armadas e o sigilo das conversas deveria ser garantido.
Publicamente, no entanto, o ex-presidente acabou por confirmar os depoimentos. Em conversa com o Metropóles, ele chegou a dizer que planejar um documento com base na Constituição não pode ser visto como um golpe porque não há crime e que nada daquilo foi levado adiante. Para a PF, esta declaração pode ser encarada como uma confissão de culpa.
Nesta sexta-feira, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou o sigilo de dezenas de depoimentos no inquérito da PF que investiga uma tentativa de golpe e documentos que mostravam até a decretação de um estado de Sítio, cancelando o resultado das eleições e intervindo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).