Bisavó e bisneta viralizam assistindo juntas a O Clone: "90 anos de diferença"

A pequena Clara, de um ano e oito meses, e sua bisavó Terezinha, de 91, estão unidas pela mesma paixão: a novela O Clone, atualmente em cartaz no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. Exibida há 20 anos, a história de Glória Perez mantém aficionadas gerações tão distantes, o que chamou atenção dos internautas na semana passada. A foto que mostra as duas em frente à TV na hora do folhetim teve cerca de 25 mil curtidas em rede social.

Quem postou o registro foi Angelo, neto de Terezinha e padrinho de Clara. Ele mora em Brasília, enquanto elas residem em Santarém, no Pará. A prima dele, Sarah, mãe da menina, havia lhe enviado a foto, que ele resolveu compartilhar com os seguidores no Twitter. “90 anos de diferença, a mesma paixão por O Clone”, escreveu na legenda.

Em entrevista ao NaTelinha, o servidor público revela que as novelas estão no DNA da família. “Quando eu era criança, na casa da vovó tinha uma televisão daquelas bem antigas, que nem tinha controle remoto. Claro que ninguém queria levantar para girar o botão e trocar de canal, então, enquanto estivesse ligada, a TV estava sempre na Globo”, recorda.

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“Minha mãe não me deixava ver novela em casa porque achava inadequado para minha idade. Então, sempre que dava, eu ia na minha avó assistir Lembro que estava passando Quatro por Quatro (1994), e, pensando agora, acho que não era muito adequada para criança mesmo (risos)”, comenta Angelo. O texto de Carlos Lombardi, carregado de duplos sentidos e piadas maliciosas, era sobre mulheres traídas que iam à forra contra os ex-parceiros.

Desde aquela época, Terezinha tinha o hábito de comentar os capítulos com a família, sem perder de vista a vida dos artistas. “Sempre que aparecia a Babalu (Letícia Spiller) e o Raí (Marcelo Novaes), a vovó comentava: 'Sabia que eles são um casal na vida real também?'”, diverte-se Angelo.

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Noveleira raiz, Terezinha vê do Vale a Pena Ver de Novo até a novela das nove (mas nega assistir à Malhação)

Desde bebê, Clara faz companhia para Terezinha em frente à TV - Foto: Reprodução/Acervo pessoal

Mãe de Clara, Sarah foi criada por Terezinha e vê, desde pequena, a paixão da avó pelas novelas. “É daquelas noveleiras raiz, que gosta de assistir e comentar. Só que só ela pode comentar. Quando eu e outros primos estamos conversando, batendo papo, ela aumenta o volume no 100, para a gente se mancar.”

Por isso, as visitas na hora da novela não costumam ser bem-vindas. Atualmente, só Clara tem presença cativa em frente à TV na hora de O Clone. A bisneta é recebida com um docinho caseiro de castanha do Pará. “A minha avó assiste desde as novelas da tarde até a das nove. Ela nega que assista à Malhação, não sei o porquê, mas a televisão está sempre ligada no horário”, conta Sarah.

A professora vê o hábito da matriarca atravessar a família e chegar à mais nova integrante. “O Clone chama atenção da Clara pela trilha sonora, pelas danças e pelo colorido das roupas dos personagens. Na parte das músicas árabes, ela levanta e dança para a vovó.”

Rejeitado em O Clone, Said tem forte torcida na família Teixeira

Viúva, Terezinha mora com um filho. Para Sarah, os personagens servem de companhia para ela, ainda que as visitas dos parentes sejam constantes. “As novelas são uma forma de ela se sentir acompanhada. Quando estamos lá, ela também conta os episódios passados e gosta de fazer um resumão das histórias.”

Sarah recorda que, no dia da foto que viralizou, Terezinha estava revoltada em frente à TV. “Estava brava, porque a Jade estava fugindo com a filha, e ela acha que Said é muito bonitão para que a mocinha fuja dele. Nos últimos capítulos, ela tem ficado muito chateada porque a Jade não quer o Said”, conta.

Angelo conta que se surpreendeu com a boa repercussão de sua postagem, na última sexta-feira (3). “Li muita gente contando lembranças de ver novelas com as avós, com saudades da infância. Parece que assistir a novelas com a avó é algo marcante da vida de muita gente. Temos muita sorte de estarmos com a nossa bem pertinho por mais uma geração.”