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Autores de Nos Tempos do Imperador querem trilogia histórica

Três novelas, um tema


Alessandro Marson e Thereza Falcão, autores de Nos Tempos do Imperador, lado a lado,
Novela Nos Tempos do Imperador pode ser segunda parte de uma trilogia - Foto: Divulgação/Globo

Alessandro Marson e Thereza Falcão querem escrever uma trilogia sobre a história do Brasil, e ao menos duas partes já conseguiram produzir: Novo Mundo (2017) e Nos Tempos do Imperador, que estreia no próximo dia 09 de agosto na Globo. A terceira parte da saga depende do sucesso do folhetim, que marcará o retorno de novelas inéditas na faixa das 18h e, de quebra, será a primeira produção gravada praticamente inteira dentro da pandemia do coronavírus.

Em conversa com o NaTelinha, a dupla de autores falou sobre o sonho e não fugiu da pergunta. "Vou falar a verdade, nossa ideia sempre foi escrever uma trilogia, que seria a história de Dom Pedro I, Dom Pedro II e da princesa Isabel", afirmou Alessandro, que ponderou: "Não existe prazo, não existe nada ainda porque dependemos do aval da empresa".

O que ele quis dizer é que, para rolar, será preciso ter boa audiência e repercussão com a segunda parte da saga que acompanha a história do Brasil. "A segunda parte nem foi uma novela que a gente teve de batalhar para ser aprovada, foi uma encomenda da empresa porque Novo Mundo fez sucesso", relembra ele, se referindo ao fato de que a obra que acompanhou Dom Pedro I (Caio Castro), terminou com 23,8 pontos de média na grande São Paulo, segundo dados da Kantar Ibope, um dos maiores dos últimos 10 anos.

E para mostrar que, de fato, se trata de uma saga, Thereza Falcão explica que o estilo de narrativa se manterá em Nos Tempos do Imperador. "A gente trouxe de volta a história do diário, que estava muito presente com a Ana em Novo Mundo e que agora, vai voltar com o Pedro", diz. Ela se refere ao fato de que a personagem de Isabelle Drummond meio que narrava a história enquanto escrevia seu livro e seus diários e a mesma estratégia se repetirá agora pelas mãos do imperador, vivido por Selton Mello.

A rotina de Nos Tempos do Imperador na pandemia

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A pergunta inevitável, sobre ter escrito uma obra fechada, já que a Globo optou a levá-la ao ar apenas depois de finalizadas as gravações, por conta da pandemia da Covid-19, teve uma resposta bastante objetiva. "Não muda muito porque é uma obra histórica, então não teremos grandes alterações, não seria possível mudar os finais de personagens, por exemplo", pondera Alê, como é chamado em seu círculo de amizades.

Thereza concorda e vai além: "É como se a gente tivesse escrito uma série de seis temporadas e gravado tudo. Mas não acho que isso vai ser assim de agora em diante, é algo que não escolhemos, mas o momento impôs por causa da pandemia". O colega, neste momento, lembra um dado importante e celebra que "a gente está assistindo os capítulos, acompanhando a edição, mesmo antes de ir ao ar e isso ajuda bastante".

A dupla de Nos Tempos do Imperador

Autores de Nos Tempos do Imperador querem trilogia histórica

Embora essa seja apenas a segunda novela da dupla, o currículo de ambos é invejável. Thereza Falcão sempre foi considerada a principal colaboradora da dramaturgia da Globo e Marson acabou a conhecendo ao dividirem o papel de colaboração em Cama de Gato (2009). E o meme "se juntos já causam, imagine juntos" funciona perfeitamente para eles.

Além da novela das 18h, eles estiveram presentes 'apenas' em algumas das mais importantes obras da década passada, Cordel Encantado (2011) e Avenida Brasil (2012). "Desde o princípio eu percebi que tinha uma afinidade muito grande entre eu e ela. E eu aprendi muito com a Duca e a Thelma a trabalhar assim, em dupla, escrever um capítulo, uma escaleta. Não saberia trabalhar diferente neste momento", confessa Alê.

Thereza Falcão

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Já Thereza finalmente confirmou uma das maiores lendas urbanas dos bastidores do mundo das novelas: o de que ela era a maior colaboradora da TV, mas não queria escrever novelas. "É verdade, eu era muito feliz na colaboração, mas nunca quis escrever. Só que depois, eu fiquei pensando que chegaria aos 70 anos, ia olhar para trás e pensar que eu poderia ter tentado. Tentei".

E a tentativa, segundo ela própria, é fruto de muito amadurecimento profissional. "A gente tem nossa própria marca, eu sei reconhecer isso, mas somos também inspirados em pessoas que trabalhamos, a Duca e a Thelma, o João Emanuel Carneiro, pessoas geniais. Mas mais do que isso, minha geração cresceu vendo os grandes novelistas, Cassiano Janete, Silvio, eu vi todas deles", crava.

Os diálogos de Nos Tempos do Imperador

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E quem gostou do estilo dos autores em Novo Mundo, pode se preparar para novos diálogos de emoção. "A gente toma o cuidado para não rebuscar muito, mas não deixar o diálogo contemporâneo porque é uma novela de época, mas somos muito cuidadosos no texto", garante Marson.

Thereza concorda e vai além ao dizer que "por causa do nosso histórico de colaboração, a gente gosta de escrever cena. É claro que tem a participação dos colaboradores, mas diálogo é uma coisa muito importante pra nós", finaliza.

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