Por estratégia, Globo some com "plim plim" da programação
Publicado em 07/06/2018 às 06:00
Por estratégia de programação, o maior símbolo da Globo será cada vez menos ouvido por seus telespectadores: o ruído do "plim plim".
Ao longo dos anos, apostando em produzir conteúdo próprio, o canal carioca vem diminuindo a quantidade de filmes e séries em sua grade, em contrapartida, a famosa vinheta que marca a passagem de ida e volta dos breaks comerciais dos "enlatados" diminui na mesma proporção.
Além disso, o "plim plim" também é utilizado nas vinhetas interprogramas, vídeos de identificação da emissora que separaram uma atração da próxima. Com o intuito de tentar diminuir a migração para a concorrência, a Globo está suprimindo sua icônica chamada e colando um programa no outro.
Nesta semana, o canal montou uma estratégia e estendeu a duração do "Vale Pena Ver de Novo" para exibir os capítulos finais de "Celebridade" e o início de "Belíssima". Como consequência da decisão, a "Sessão da Tarde" deixou de ser exibida. Com isso, a vinheta do "plim plim" só pode ser ouvida durante a madrugada, quando a Globo exibe o "Corujão" e as séries "Ponto Cego" e "Lendas do Amanhã". A única exceção foi na segunda-feira com a "Tela Quente".
Aos sábados, isso já acontece há algum tempo, a vinheta que remete à imagem do canal dos Marinhos só é inserida quando o "Supercine" entra para o intervalo, na madrugada de domingo. E neste dia é onde o "plim plim" é mais utilizado, nos breaks da "Temperatura Máxima", "Domingo Maior" e "Sessão de Gala".
Nos anos 80 e 90, a emissora possuía diversos espaços dedicados a produtos estrangeiros, dentre eles "Sessão Aventura", "Terça Nobre", "Sessão de Sábado" e as inúmeras séries que predominavam a grade dominical. Havendo com isso uma presença maior da vinheta.
Atualmente, o "plim plim" é utilizado em campanhas institucionais da Globo, como em "100 Milhões de Uns".
A história
Segundo o Memória Globo, o ruído do "plim plim" foi criado em 1971 por Mauro Borja Lopes, conhecido na emissora como Borjalo. Ele atendeu a um pedido do Boni, na época diretor da Globo, que desejava uma vinheta que pudesse ser ouvido a longas distâncias e que fizesse o telespectador retornar para a frente da televisão.
Antes disso, de forma repentina, os filmes e seriados da Globo eram cortados quando precisa ocorrer o break comercial. Em seu começo, o som do "plim plim" era um "bip bip", mas 1973, Hans Donner modificou para o ruído que conhecemos até hoje.