Wagner Moura acusa governo Bolsonaro de censurar Marighella
O ator criticou a gestão bolsonarista
Publicado em 02/11/2021 às 11:57
Wagner Moura detonou o presidente Jair Bolsonaro ao falar que seu filme, Marighella, sofreu censura do atual governo brasileiro. O diretor do longa, que estreou recentemente no Brasil, declarou que a nova direção da Ancine (Agência Nacional de Cinema) tem prejudicado o desenvolvimento da produção.
"Não tenho a menor dúvida de que o filme foi censurado. Era uma época na qual [Jair] Bolsonaro falava em filtrar e regular a Ancine. O Crivella [ex-prefeito do Rio de Janeiro] cancelou HQs de dois personagens homens beijando na boca, os filhos do presidente comemoram", relatou o ator em entrevista coletiva para a imprensa.
Na visão dele, o governo federal fez de tudo para que Marighella não chegasse aos cinemas brasileiros e Andrea Barata Ribeira, produtora da O2 Filmes, também sofreu críticas do artista. Na sua opinião, ela não ajudou muito para solucionar os problemas que ele chama de censura.
“Durante 18 anos, a Ancine lutava ao lado dos produtores. Há dois, ela foi desmontada, e isso já é uma forma de censura. Tiraram a antiga diretoria e colocaram outra que não ajuda. Não foi possível resolver alguns problemas corriqueiros de produção por censura. Teve censura, sim. A todos os filmes brasileiros, não apenas contra Marighella”, opinou.
Wagner Moura e o filme Marighella
Wagner Moura contou que escolheu produzir Marighella por conta do contexto histórico em que o militante viveu. “Eu sempre fui fascinado por histórias de revoltas populares e me incomodava a forma como elas eram retratadas”, explicou.
“Com esse filme, eu queria trazer Marighella de volta para o imaginário brasileiro. Tirar o seu nome do silêncio. Foi muito difícil, o filme foi atacado do começo ao fim. Eu não poderia estar mais feliz de lançá-lo neste momento”, completou.