De plano de saúde a TV carioca: 7 empresas que Silvio Santos não relutou em vender
Nem todos os negócios nos quais o dono do Baú entrou deram certo
Publicado em 02/01/2022 às 06:18,
atualizado em 06/01/2022 às 12:08
Sondado por alguns investidores que demonstraram interesse em comprar o SBT, Silvio Santos pediu 1 bilhão de dólares (R$ 5,7 bilhões na cotação atual). O valor foi definido para assustar os empresários e tornar o negócio inviável. Como apurado pelo NaTelinha, neste momento, o apresentador não possui a real intenção de vender a emissora, por ser considerada o motor do conglomerado de empresas do Grupo e estar vivendo um período de baixo endividamento e em 2021 ter conquistado o melhor faturamento nos últimos dez anos.
O mesmo não aconteceu com outros empreendimentos dos quais Silvio Santos já foi dono. Algumas lojas varejistas, por exemplo, não eram capazes de competir de igual para igual com as concorrentes. Já a Record, quando ainda tinha o dono do Baú como sócio, dava um prejuízo milionário todo mês. Com o Banco PanAmericano, o assunto tem que ser tratado em bilhões. Ao longo de seus mais de 90 anos de vida, o patriarca da família Abravanel já investiu em vários tipos de negócios, mas nem todos deram certo. Confira algumas empresas que Silvio Santos não relutou em vender:
Lojas Tamakavy para as Casas Bahia
Na década de 70, depois de adquirir a Agropecuária Tamakavy, da qual se desfez no fim dos anos 80, Silvio abriu uma rede de lojas de eletrodomésticos com o mesmo nome. Muita gente sugeriu que as lojas fossem chamadas de outra forma, mas o empresário recusou os palpites.
Silvio achava que, se o nome era difícil de ser memorizado, seria difícil de esquecer também. "Eu confio muito no meu feeling", afirmou, em entrevista à revista Veja, em maio de 1975.
As lojas foram compradas pelas Casas Bahia em 1989. Segundo analistas, a rede não foi para a frente porque não apresentava nenhum diferencial, mesmo com seus comerciais sendo exibidos nos intervalos do SBT. O patriarca da família Abravanel chegou a ter 120 unidades das lojas Tamakavy.
Lojas do Baú Crediário para Magazine Luiza
Assim como as lojas Tamakavy, as lojas do Baú Crediário foram vendidas porque não tinham condições de concorrer com grandes empresas de varejo. Localizadas nas regiões Sul e Sudeste, a rede Baú da Felicidade Crediário foi pensada justamente para competir com as grandes empresas do setor.
Em 2011, apenas quatro anos após a abertura da empresa, o Grupo Silvio Santos vendeu as 121 lojas para o Magazine Luiza. Uma matéria do Jornal O Globo da época afirma que o valor da venda foi de R$ 83 milhões.
Plano de Saúde Clam vendeu a carteira de clientes para a Blue Life
Em 18 de outubro de 1987, Silvio Santos deu uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo e falou sobre alguns dos seus empreendimentos. Um deles era o plano de saúde Clam, no qual ele decidiu investir para dar médico e hospital para o povo.
Segundo o apresentador, as vendas eram vendidos 2500 planos por mês e esse número subiu para 45 mil vendas a cada 30 dias depois que ele começou a fazer propaganda em seus programas de televisão.
Porém, Silvio se arrependeu de ter feito o investimento quando foi surpreendido por um consumidor. "Um dia cheguei aqui em casa e tinha um casal esperando na porta. 'Senhor Silvio, o meu filho morreu'. 'Mas morreu de quê?'. 'Eu tinha o Clam e ele morreu'. Fiquei sem saber o que falar", contou.
Tempos depois, o marido de Íris Abravanel conseguiu vender sua carteira de clientes para a Blue Life.
TV Record para Edir Macedo
Ainda na mesma entrevista, Silvio Santos falou sobre a Record, que naquela época ainda era 50% sua. Para o jornal, o empresário falou que a emissora não estava bem das pernas e dava um prejuízo milionário todo mês.
A Record foi fundada em 1953 pelo empresário Paulo Machado de Carvalho, que já tinha um conglomerado de rádios. Na década de 70, o dono do SBT adquiriu metade das ações.
Em 1989, estando em situação nada favorável, a Record foi vendida para o Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
TV Corcovado para José Carlos Martinez
Engana-se quem pensa que, além do SBT, a única emissora da qual Silvio Santos já havia sido dono é a Record. O comunicador já teve a concessão da TV Corcovado, que antes de ter esse nome já foi chamada de TV Record Rio de Janeiro e TV Copacabana.
Durante um certo período, boa parte programação do canal era focada em estrangeiros que visitavam o Rio de Janeiro, tendo como principal atração o Rio Turismo, que, narrado em vários idiomas, exibia as belezas da cidade maravilhosa.
Em julho de 1991, a TV Corcovado foi vendida para o empresário e político José Carlos Martinez,proprietário da Rede OM do Paraná, que na época era afiliada da Rede Record e tinha planos de se tornar uma emissora nacional. Dois anos depois a TV Corcovado teve seu nome mudado para CNT.
Banco Panamericano para o Banco BTG
Silvio Santos assumiu o controle acionário da Real Sul/SA em 21 de fevereiro de 1969. A empresa, que atuava no mercado desde 1963, em São Caetano do Sul, transformou-se na Baú Financeira S/A. Mais de 20 anos depois, em 1990, ela foi autorizada a atuar como um banco múltiplo e passou a se chamar Banco PanAmericano S/A.
Em 2010, veio à tona um empréstimo de R$ 2,5 bilhões para esconder uma fraude contábil no caixa da empresa. O dono do baú pediu ajuda ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir recursos junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Como garantia de pagamento, o Grupo colocou suas 44 empresas. Em 29 de janeiro de 2011, o jornal Folha de S. Paulo anunciou que o rombo que o banco tinha era de R$ 4,1 bilhões (1,6 bilhões de reais a mais do que anunciado anteriormente).
No mesmo ano Sílvio Santos vendeu o Banco PanAmericano S/A para o grupo BTG Pactual, que assumiu toda a dívida. Sendo assim, o veterano não recebeu nada em troca da empresa da qual se desfez. Atualmente, a empresa se chama Banco PAN.
Braspag para Cielo
Em 2009, o Grupo Silvio Santos adquiriu a empresa de pagamentos online Braspag, por 25 milhões de reais, referentes a todas as suas ações. A Braspag processa pagamentos em nome do varejo. O cliente compra na loja virtual do varejista e quem processa o pagamento é a Braspag.
Dois anos depois, em 2011, após o rombo do Banco PanAmericano, Silvio Santos vendeu a empresa de soluções de pagamentos e serviços financeiros para a Cielo. Na época, na carteira de clientes da Braspag estavam nomes como Carrefour, IBM, Positivo, Decolar.com, Ticket (grupo Accor), Grupo Posadas e Emirates Airlines.
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