Leka, do BBB1, não teme "cancelamento" com reprise: "Não vivo como celebridade"
Empresária que, há 19 anos, colocou bulimia em rede nacional se prepara para lançar livro sobre o tema
Publicado em 17/05/2021 às 06:37,
atualizado em 17/05/2021 às 09:46
O BBB21, que chegou ao fim há duas semanas, colocou no ar temas relevantes, como racismo e xenofobia. Não é de hoje que o reality show da Globo, vendido como mero entretenimento, traz à tona questões sociais. Há quase 20 anos, Leka Begliomini escancarou em frente às câmeras a bulimia, transtorno alimentar praticamente ignorado pela mídia até então. O BBB1, com participação da paulistana, passou a ser reprisado na última terça-feira (11), no Viva.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Leka comenta a volta da primeira edição do BBB na TV a cabo: "Ainda nem entendi direito. Quando eu recebi a notícia, primeiro falei: 'Gente, será que isso é verdade?'. Porque, na minha cabeça, o que mantém um reality é a dúvida de quem vai ganhar. Também não senti muita coisa a respeito, até porque achei que a reprise não teria uma relevância tão grande".
Duas décadas depois do pioneiro, os participantes do reality show enfrentam um inimigo em comum: a "cultura do cancelamento", que ocorre quando o julgamento popular chega à rejeição máxima. No BBB21, foram vários os exemplos, mas Leka garante que não teme a resposta do público. "Não acredito que eu vá sofrer isso porque já são quase 20 anos. Não fiz nada que fira ninguém, e também não dependo da popularidade para viver. Não vivo como celebridade."
A empresária lamenta que "cancelar" tenha se sobreposto a compreender. "A humanidade está caminhando para um lado que não precisa, sabe? Quando eu ouvia falar em cancelamento, imaginava que era simplesmente deixar de seguir. Na minha vida, quando eu quero cancelar alguém, eu viro a página. Não tenho a necessidade de levar a pessoa à bancarrota, vê-la liquidada."
Sobre a edição mais recente, Leka torceu por Gil do Vigor e reprovou a onda de ataques contra Karol Conká, eliminada com 99,17% na última edição do programa. "Eu também não gostava dela lá dentro, mas na hora em que a menina saiu, o que as pessoas ganham em destruir a vida dela? É algo que eu gostaria de compreender. Não sou a Madre Teresa de Calcutá, mas realmente tenho o desejo de evoluir. Não perco meu tempo tentando atrapalhar, ferrar a vida do outro."
Leka Begliomini está escrevendo livro sobre bulimia, tema que marcou sua passagem no BBB
Aos 46 anos, casada e com dois filhos, Leka Begliomini toca três empresas, incluindo uma marca de roupas, e se prepara para lançar um livro sobre bulimia, que marcou sua participação no BBB. "Virou um assunto gigantesco na época. Quando eu saí, não sabia o que dizer a respeito, porque eu era só uma menina vivendo um momento de aflição e não sabia lidar com aquilo."
"Demorei muito tempo para entender porque me incomodava falar sobre a bulimia. Mesmo em entrevistas, não era confortável para mim. Por muito anos eu mesma não entendi porque que eu tinha falado dessa história na TV. Na primeira edição, a gente não sabia o que seria o BBB, não existiam bandeiras a se levantar", recorda.
Escritos decorrentes da terapia a inspiraram a investir em um livro sobre o assunto. Com humor, ela pretende investigar de onde vem o desejo da magreza, além das aproximações de sua geração com a da filha mais velha, de 13 anos. "Pretendo lançá-lo muito mais como uma missão do que por vaidade. Não acho que há uma cura para o problema, mas podemos buscar caminhos para fazer a jornada mais leve."
"Sempre recebi muito carinho do público. Tive fãs que viraram meus amigos. Só recebi coisas boas das pessoas, talvez por ter participado do BBB em um tempo em que não existiam mídias sociais, porque eu acho que essa coragem de detonar alguém vem muito do anonimato."
Leka Begliomini
"Nunca me arrependi de ter participado do BBB", diz Leka, que responde sobre possibilidade de voltar ao programa
Passados 19 anos, Leka ainda é amiga de boa parte dos participantes do BBB1, e até mantém um grupo de WhatsApp com alguns dos ex-colegas de confinamento. A paulistana conta que ingressou no programa de TV para realizar o sonho de ser atriz. Logo após o reality show, fez filmes, peças de teatro e algumas participações na televisão.
"O programa abriu portas, mas também existia um preconceito. Diziam 'Ah, ela é ex-BBB, não é atriz'. No começo, isso me incomodou. Depois, o que eu mais ouvia depois dos espetáculos era 'Nossa, você é uma grata surpresa'. Percebi que, em vez de sofrer, eu tinha que ficar feliz, porque esse preconceito baixa as expectativas (risos)."
Ela hesita em dizer se toparia retornar à casa mais vigiada do país. "Não digo que dessa água não beberei. Se me ligassem hoje para entrar em uma edição que começa semana que vem, eu não voltaria porque uma parada dessas não cabe mais na minha vida. Falo por hoje, mas de repente as coisas podem mudar… Vivo muito o momento."
"Nunca me arrependi de ter participado do BBB. Foi uma mega experiência social, de autoconhecimento, de crescimento. O Big Brother realmente é um puta exercício social. Como tudo na vida, me trouxe coisas boas e outras não tão boas assim. Hoje tenho a consciência tranquila com as minhas escolhas. Algumas foram certas, outras não, mas todas ajudaram a me construir, e gosto muito de quem eu sou hoje."
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