Como Wagner Moura comprou briga com governo Lula e ganhou apoio
Críticas ao projeto que regula o streaming expuseram divergências com o Executivo e mobilizaram o setor audiovisual
Publicado em 13/12/2025 às 16:40
Um vídeo publicado por Wagner Moura nas redes sociais, na última quarta-feira (10), colocou o ator no centro de uma disputa pública envolvendo o governo Lula e a proposta que regula a atuação de plataformas de streaming no Brasil. Na gravação, Moura criticou o texto do Projeto de Lei 8.889/2017, em tramitação no Congresso, e direcionou cobranças ao Ministério da Cultura e ao presidente da República.
Conhecido por papéis em produções como Tropa de Elite e O Agente Secreto — filme pelo qual recebeu prêmios internacionais em 2025 —, o ator classificou o conteúdo do projeto como “bizarro” e insuficiente para enfrentar os desafios do setor audiovisual.
Entre os principais pontos levantados, Moura destacou a alíquota de tributação prevista, em torno de 4%, aplicada às plataformas internacionais de streaming. Para ele, o percentual é baixo diante do impacto dessas empresas no mercado brasileiro.
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Outro alvo das críticas foi a possibilidade de que as plataformas utilizem parte dos recursos arrecadados para investir em produções próprias, em vez de direcionar integralmente os valores a fundos setoriais voltados ao fomento da produção independente nacional. Segundo Moura, o modelo proposto não fortalece a cadeia produtiva local.
No vídeo, o ator cobrou maior empenho do Ministério da Cultura e fez um apelo direto ao presidente. Ao pedir que Lula “fique atento”, afirmou que o projeto, da forma como está, prejudica a soberania cultural, a autoestima nacional e o setor audiovisual, que, segundo ele, gera empregos e renda no país.
Irritação do grupo de Lula com Wagner Moura

A manifestação gerou reação dentro do governo. Integrantes do Executivo demonstraram irritação com o tom das críticas e rebateram os argumentos apresentados. As respostas ocorreram por meio de áudios e contatos diretos, incluindo manifestações da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues.
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Nos diálogos, representantes do governo sustentaram que o Congresso eleito em 2022 possui perfil conservador e se mostra desfavorável a mudanças mais amplas no projeto. Segundo essa avaliação, o texto em discussão seria o “melhor possível” no atual contexto político, dadas as limitações regimentais e a correlação de forças no Legislativo.
Apoio a Wagner Moura
Apesar das respostas oficiais, a posição de Wagner Moura encontrou respaldo significativo fora do governo. Na quinta (11), entidades representativas de cineastas, roteiristas e outros profissionais do audiovisual divulgaram uma carta pública intitulada “Somos todos Wagner Moura”.
No documento, as organizações manifestam apoio às críticas feitas pelo ator e questionam a condução política do Ministério da Cultura no tema. A carta afirma que o governo já demonstrou capacidade de articulação no mesmo Congresso em outras pautas, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.
Ao rebater o argumento de que o projeto do streaming seria o limite possível, o texto coletivo afirma que não se pode aceitar “a lógica do menor dano possível como vitória”.
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