Margareth Menezes critica Cláudia Leitte: “Desrespeito às matrizes africanas”
Ministra da Cultura comenta mudança em letras de músicas e aborda desafios da pasta
Publicado em 13/12/2025 às 18:00
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, avaliou neste sábado (13) a repercussão da decisão de Cláudia Leitte de substituir, em algumas músicas, a palavra Iemanjá por Yeshua, nome associado a Jesus em determinadas tradições religiosas.
O episódio foi interpretado por parte do público como desrespeito às matrizes africanas e motivou acusações de intolerância religiosa encaminhadas ao Ministério Público.
Ao responder à pergunta, Margareth afirmou que o caso se insere em um contexto mais amplo. “Precisamos de educação racial no Brasil. Esse episódio é mais um de desrespeito às matrizes africanas”, disse.
Segundo a ministra, a intolerância religiosa exige atenção proporcional à sua dimensão. “As simbologias de religiões como candomblé e umbanda são frequentemente alvo de ataques danosos”, afirmou, ao defender que, em um país democrático, deve-se respeitar o direito à crença e à expressão.
Na entrevista, Margareth também comentou o cenário encontrado ao assumir o Ministério da Cultura, após a gestão anterior. Segundo ela, a pasta acumulava problemas estruturais e administrativos. “Tive um legado de problemas. Havia muita coisa abandonada, desarticulada, sem funcionar”, afirmou.
Como exemplo, citou a situação da Fundação Cultural Palmares, voltada à preservação da cultura negra. “Estava devastada, até com teto caindo”, relatou.
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A ministra mencionou ainda a redução do quadro de funcionários e o acúmulo de pendências judiciais no início de sua gestão. No mesmo contexto, lembrou os ataques de 8 de janeiro em Brasília, quando houve depredação de bens culturais.
“No 8 de Janeiro, assistimos à vandalização do patrimônio cultural no quebra-quebra em Brasília”, disse, ao relacionar o episódio ao debate sobre a importância da política cultural no país.
Questionada sobre a sucessão de oito nomes no comando da pasta durante a gestão anterior, Margareth destacou a dificuldade de reconstrução institucional.
“Vivemos em um país de 210 milhões de habitantes, com dimensão continental, uma rica diversidade, e há ainda tanta gente que questiona algo tão básico: se precisamos mesmo de um Ministério da Cultura”, afirmou. “É inacreditável.”
A ministra também avaliou a passagem de Regina Duarte pelo Ministério da Cultura, durante o governo Jair Bolsonaro. Para Margareth, declarações feitas à época tiveram impacto negativo. “Quando alguém na cadeira que ela ocupou diz inverdades, é bastante prejudicial”, afirmou.
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Embora tenha declarado respeito pessoal por Regina Duarte, disse que não concorda com a condução do tema. “O resgate da história da ditadura, aliás, ainda não foi completamente feito”, completou.
Segundo Margareth Menezes, a preservação da memória sobre o regime militar ainda demanda avanços institucionais. “Precisamos de um museu sobre o tema. Vejo como um exercício de grandeza de um país criar seus centros de memória”, afirmou, ao mencionar a possibilidade de uma iniciativa em Brasília.
Ao ser questionada se o assunto ainda é tratado como tabu, a ministra afirmou que o debate tem avançado. “Hoje, o assunto está, enfim, sendo mais falado, até no cinema”, disse. Para ela, a existência de centros de referência representa progresso. “Em algum momento, vamos consolidar isso. Precisamos contar essa história para poder superá-la.”
Margareth Menezes falou do próprio trabalho

Sobre sua própria gestão, Margareth Menezes afirmou que o foco tem sido a reconstrução de bases institucionais. “É uma arquitetura. Me voltei para reequilibrar uma área que estava totalmente desmobilizada”, disse. Segundo ela, o fortalecimento da cultura passa pela criação de mecanismos que garantam continuidade às políticas públicas.
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Entre as medidas já implementadas, a ministra citou a reativação do Sistema Nacional de Cultura, que integra secretarias estaduais e municipais ao ministério. “Criando uma rede que dá mais força à área”, explicou.
Ela também mencionou a elaboração de um plano nacional, ausente no país há cerca de uma década, e o lançamento de um novo marco regulatório de fomento. De acordo com Margareth, a iniciativa busca ampliar a transparência, descentralizar recursos e facilitar a prestação de contas de projetos culturais.
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