Um ano depois

Filhos de Gugu desabafam sobre morte do pai: "A dor nunca vai passar"

Família do apresentador veio ao Brasil para lançar campanha de doação de órgãos


Maria do Céu, mãe de Gugu Liberato, com o neto, João Augusto
Maria do Céu, mãe de Gugu Liberato, com o neto, João Augusto - Foto: Reprodução/YouTube/Gugu Vive

Um ano se passou desde o acidente doméstico que tirou a vida de Gugu Liberato, uma das personalidades mais conhecidas da TV brasileira. A família do apresentador ainda vive sob o luto e busca forças para preservar o legado do pai. Nesta quinta-feira (19), os filhos e a mãe de Gugu lançaram uma campanha de doação de órgãos, desejo do artista.

Intitulada #GuguVive, a campanha quer conscientizar a população sobre a importância de doar órgãos para diminuir a fila de transplantes e ajudar a salvar vidas. Gugu sofreu morte cerebral ao cair do sótão de sua casa, na Flórida (EUA), em 20 de novembro de 2019, porém tornou pública sua vontade de doar partes de seu corpo quando morresse. A família acatou o desejo do pai.

"O que realmente nos deu força foi o fato de que sabíamos que era um desejo do meu pai. Ele havia dito para nós quanto estava vivo, e o fato de sabermos que ele está salvando mais de 50 vidas foi o que aqueceu nossos corações. O sofrimento ainda existe, mas diminui", admite João Augusto Liberato, de 19 anos, primogênito de Gugu e Rose Miriam Di Matteo.

"Para todos nós, a morte do nosso pai foi muito dolorosa, mas essa campanha criou uma alegria dentro da gente. Acho que meu pai está muito alegre lá em cima, sabendo que estamos fazendo parte dessa campanha, algo que ele sempre quis, doar órgãos", disse Marina, gêmea de Sofia, de 16 anos.  Todos os filhos de Gugu também se declararam doadores.

Mãe de Gugu rejeitava doar órgãos

Durante a apresentação da campanha para a imprensa, em um teatro na avenida Paulista (SP), a mãe de Gugu, Maria do Céu, admitiu ter sido contrária à doação dos órgãos do filho por puro desconhecimento. Ao saber do desejo do apresentador e do bem que ele faria a outras pessoas após a morte, a idosa de 91 anos mudou de ideia e passou a abraçar a causa.

"Quando pediram para doar os órgãos, eu não queria dar. Não sei, não achava bom. Achava que iam tirar pedaços da pessoa e ela ficaria toda deformada. Depois, eu aceitei. Acho que fiz muito bem em doar, senão eu estaria muito arrependida hoje. Eu estava triste, e agora estou feliz por eu ter aceitado doar os órgãos dele, porque era o que ele queria", disse a mãe do Gugu, visivelmente emocionada.

Maria do Céu deseja conhecer as pessoas que receberam os órgãos de Gugu. A família queria que pelo menos um beneficiado fosse brasileiro, porém foi impossível em função da logística de transporte. Todos os pacientes moram nos Estados Unidos.

"A coisa que eu mais gostaria de fazer é encontrar essa pessoa, porque eu acho que, vendo essa pessoa, eu veria o meu filho. Vamos fazer tudo para achar esta pessoa. Se ele estivesse aqui, ele estaria muito feliz. Ele deve estar muito feliz onde estiver", afirmou a idosa.

"Dor nunca passará", dizem filhos

Segundo os filhos de Gugu, a morte do pai os tornou mais próximos e unidos. O pai, que ainda morava no Brasil, viajava constantemente aos Estados Unidos para morar com a família e mantinha uma rotina típica de um paizão, com muitas brincadeiras e ensinamentos.

"Sinto meu pai no meu coração todos os dias. Penso nele demais, e sinto a presença dele comigo. Sinto que ele está comigo. Nosso dia a dia mudou, mas não drasticamente porque já morávamos nos Estados Unidos. Ele ia bastante para lá, a gente saía, fazia brincadeiras, escutava música no carro, ia ao cinema, fazia caça ao tesouro. Era sensacional. Com ele indo embora, paramos de fazer essas coisas, mas também sabemos o quão generoso ele foi e quão importante foi a decisão dele de doar órgãos", ressaltou João Augusto.

"Ele está sempre no nosso dia a dia. Por exemplo, ele era muito artístico, fazia quadros de rolhas, e eu também pinto. Fiz um um quadro com ele. Toda vez que tenho aula de artes na escola, lembro dele pintando, me ajudando. Acho que a dor ainda está lá e nunca vai passar, mas tenho certeza de que ele nunca iria querer que a gente ficasse triste ou não fizesse o que a gente ama. Estamos fazendo tudo por ele no nosso dia a dia", contou Sofia.

"Temos vários porta-retratos nos nossos quartos. Toda hora que vou dormir dou um beijinho no meu pai, sempre fico pensando toda noite sobre isso. Faz um ano que o nosso pai morreu, e parece que foi ontem, mas acho que isso trouxe uma coisa boa no nosso dia a dia, porque nos fez unir mais, eu, o João e a Sofia, e acho que foi muito bom para a nossa família", analisou Marina.

Rose Miriam participa em vídeo

Em disputa judicial pela herança de Gugu, Rose Miriam Di Matteo, mãe de João, Marina e Sofia, não compareceu à entrevista coletiva, porém participou da campanha #GuguVive com um vídeo publicado no YouTube. Rose briga pelo reconhecimento de sua união estável com o artista.

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