Ironizou

"Carminha e Flora são principiantes", diz autor ao comparar vilãs a Flordelis

João Emanuel Carneiro foi entrevistado nesta sexta-feira (16) no Conversa com Bial


À esquerda, Adriana Esteves como Carminha em Avenida Brasil; à direita, Patrícia Pillar como Flora em A Favorita; no centro, a deputada federal Flordelis
Segundo João Emanuel Carneiro, vilãs não são páreo para a deputada federal, cantora e pastora Flordelis - Foto: Montagem NT

Carminha e Flora, vilãs memoráveis das novelas Avenida Brasil (2012) e A Favorita (2008), não são páreo para a deputada federal Flordelis, acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. Foi o que afirmou o escritor João Emanuel Carneiro, criador das megeras da ficção, em participação no Conversa com Bial desta sexta-feira (16).

Na entrevista, Pedro Bial propôs narrar uma história para que João Emanuel Carneiro avaliasse se daria uma novela: "A personagem central é negra, tem 50 filhos, usa peruca lisa arruivada, é cantora, pastora evangélica e deputada federal, amiga do presidente e da primeira-dama. Manda matar o marido, que já tinha sido filho e genro dela, depois de tentar envenená-lo seis vezes. O nome dela é Flordelis".

O autor foi enfático: "Ninguém consegue chegar aí, é muito além de nós. Nem Balzac nem Dostoiévski. Vivemos esse problema no Brasil: a realidade está desafiando todos os ficcionistas. Muito difícil acompanhar. Na política, na sociedade, ainda mais no Rio de Janeiro... Fazer ficção aqui tá puxado".

Ele arrematou comparando Flordelis às personagens de Adriana Esteves e Patrícia Pillar em seus dois grandes sucessos no horário nobre da Globo. "A Carminha é uma coitada perto dessa daí. É um freira. Só fez mal a uma criança. Matou um amante. Um só, não é nada. A Flora também. Principiantes. Início de carreira, eu acho", frisou o novelista.

João Emanuel Carneiro também comentou ausência de negros em Segundo Sol: "Estamos aprendendo"

\"Carminha e Flora são principiantes\", diz autor ao comparar vilãs a Flordelis

Ainda no Conversa com Bial, João Emanuel Carneiro comentou a polêmica que envolveu sua novela mais recente, Segundo Sol (2018), ambientada na Bahia e com um elenco com poucos atores negros em papéis de destaque. Na época, o Ministério Público do Trabalho da Bahia notificou a Globo pela baixa representatividade.

"Estamos aprendendo. Está certo. Temos que dar voz aos negros, fazer novela com mais atores negros. Nessa ocasião, eu aprendi, foi uma lição para mim. Penso em fazer novelas diferentes", avaliou.

O autor também revelou que já tem 20 capítulos dos 180 previstos para sua próxima história para as 21h, que tem como título provisório Olho por Olho. Na trama, a atriz Letícia Colin deverá dar vida a uma jovem cega. O enredo será pautado por ajustes de contas e desejo de vingança, marca do autor em outros trabalhos. A previsão é de que a história entre no ar em 2022.

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