Saúde

Por que escolher alimentos diet, light, sem glúten ou sem lactose não é a melhor estratégia para emagrecer?


Alimentos
Foto: Reprodução

Uma das maiores dúvidas de quem quer emagrecer é em relação aos alimentos rotulados como diet, light, sem glúten ou sem lactose. Muitas pessoas acreditam que consumir essas opções é o caminho mais rápido e eficaz para perder peso, mas essa estratégia nem sempre funciona.

O nutricionista especializado em emagrecimento, ganho de massa muscular e performance esportiva, Dr. Bruno Yamada da Clínica SoulNutro, explica o porquê isso acontece e como a reeducação alimentar é o que realmente faz a diferença.

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O que significam esses rótulos?

  • Diet: Produtos diet são feitos para atender necessidades específicas, como a retirada de açúcar, sódio ou gordura, sendo indicados, por exemplo, para pessoas com diabetes. Mas é importante saber que isso não significa que eles têm menos calorias. Um exemplo clássico é o chocolate diet, que pode ter mais gordura para compensar a ausência do açúcar.

  • Light: Os alimentos light possuem uma redução de pelo menos 25% em algum nutriente ou calorias comparado à versão comum. Parece uma boa ideia, certo? Só que, muitas vezes, essa redução é mínima e o alimento continua calórico. Além disso, acontece algo muito comum: as pessoas acabam comendo mais desses produtos, acreditando que, por serem "light", podem consumir à vontade. Isso, na prática, aumenta o total de calorias ingeridas na refeição.

  • Sem glúten: Essa categoria foi criada para atender quem tem doença celíaca ou intolerância ao glúten. Produtos sem glúten não são automaticamente mais saudáveis ou menos calóricos. Muitos deles, aliás, são ricos em gorduras e açúcares para melhorar a textura e o sabor, o que pode até dificultar a perda de peso.

  • Sem lactose: Alimentos sem lactose são específicos para quem tem intolerância. Eles geralmente têm a mesma quantidade de calorias que os produtos normais. Aqui, o problema não é o rótulo, mas a ideia equivocada de que "sem lactose" é sinônimo de emagrecimento.

Esses produtos têm seu valor, mas o objetivo deles é atender necessidades específicas de saúde, não promover o emagrecimento.

Dr. Bruno ainda complementa e traz à tona uma grande dúvida: Por que esses alimentos não ajudam necessariamente a emagrecer?

Por que escolher alimentos diet, light, sem glúten ou sem lactose não é a melhor estratégia para emagrecer?

  • Foco errado: Perder peso depende de criar um déficit calórico, ou seja, consumir menos calorias do que o corpo gasta. Não adianta trocar um alimento convencional por uma versão "light" ou "diet" se o total calórico do dia não for controlado.

  • Menor saciedade: Muitos desses alimentos são industrializados e pobres em nutrientes como fibras e proteínas, que são importantes para promover a saciedade. Sem essa sensação de satisfação, é mais fácil acabar comendo em excesso.

  • Compensação inconsciente: Um dos maiores problemas é o comportamento psicológico: ao escolher algo "light", as pessoas acabam consumindo mais. Por exemplo, alguém pode comer duas ou três porções de um biscoito light e, no final, ingerir mais calorias do que se tivesse consumido apenas uma porção da versão convencional.

  • Baixa qualidade nutricional: Alimentos processados, mesmo nas versões "diet", "light" ou "sem lactose", geralmente têm baixa densidade nutricional, ou seja, não oferecem os nutrientes necessários para uma alimentação equilibrada.

A solução está na reeducação alimentar

“O verdadeiro segredo para emagrecer e manter o peso está na reeducação alimentar. É algo que sempre falo para os meus pacientes: precisamos trabalhar na qualidade e no equilíbrio da alimentação”, diz o nutricionista.

Aqui estão algumas orientações que podem ajudar:

Prefira alimentos naturais e minimamente processados: Alimentos como frutas, legumes, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras boas são ricos em nutrientes, promovem saciedade e têm menor densidade calórica.

  • Cuidado com as porções: Mesmo os alimentos saudáveis podem engordar se consumidos em excesso. Aprender a ouvir os sinais de fome e saciedade do corpo é essencial nesse processo.

  • Não rotule os alimentos como "bons" ou "ruins": Nenhum alimento, isoladamente, é responsável por engordar ou emagrecer. O que importa é o equilíbrio do todo.

  • Foque mais nos nutrientes do que nas calorias: Não é só sobre reduzir calorias, mas sobre investir em alimentos que realmente nutram o corpo e ajudem a regular hormônios da fome e da saciedade.

  • Consistência acima da perfeição: Pequenas mudanças feitas de forma consistente geram mais resultados do que dietas restritivas e passageiras.

A reeducação alimentar não é sobre comer pouco ou cortar tudo o que você gosta, mas sobre aprender a fazer escolhas melhores e criar hábitos que vão durar para sempre. Substituir alimentos comuns por opções "diet" ou "light" pode parecer uma solução fácil, mas não resolve o problema na raiz.

“Se você quer emagrecer de forma saudável, sustentável e sem sofrimento, é sempre bom contar com a ajuda de um profissional como um nutricionista. Não se trata de encontrar atalhos, mas de construir um estilo de vida que faça sentido para você e que traga resultados reais”, finaliza o nutricionista da Clínica SoulNutro.

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