Opinião

Estrela de primeira grandeza, Aracy Balabanian preferiu enfrentar drama pessoal em segredo

Atriz, que morreu aos 83 anos, descobriu câncer de pulmão em outubro do ano passado


Aracy Balabanian
Último papel fixo de Aracy Balabanian em novelas foi em Sol Nascente (2016) - Foto: Divulgação/Globo

Aracy Balabanian (1940-2023) envolveu gerações de espectadores pelo drama e a comédia, mas reservou seu último ato aos amigos mais próximos. Estrela de primeira grandeza na TV, no teatro e no cinema, a atriz que morreu nesta segunda-feira (7), aos 83 anos, vinha fazendo raras aparições públicas. Ela enfrentava um câncer de pulmão há quase um ano.

De acordo com a equipe, Aracy Balabanian já estava com um quadro avançado da doença e confidenciou seu estado de saúde apenas a pessoas próximas de seu convívio. Ela recebia cuidados paliativos e passou seus últimos momentos cercada por amigos e familiares.

A artista teve uma piora na semana passada e estava internada desde quinta-feira (3). O objetivo da equipe médica foi dar conforto à atriz em seus últimos dias de vida. “Já estávamos cientes que era o fim”, disse a secretária pessoal em depoimento à revista Quem.

A notícia sobre o estado de saúde da veterana não saiu em nenhum veículo de imprensa. A última entrevista na TV foi no Conversa com Bial, em agosto do ano passado. Sua última aparição notória na mídia foi na foto publicada pela amiga Cláudia Raia, em um encontro há três semanas.

A diretora Denise Saraceni, com quem trabalhou em diversas novelas na Globo, também vinha publicando vídeos da amiga declamando poemas de Clarice Lispector (1920-1977). Aracy interpretou a escritora nos palcos nos anos 1990, com a peça Clarice Coração Selvagem.

Tipos diversos marcaram carreira de Aracy Balabanian  na TV

Aracy Balabanian
De tanto sucesso em Rainha da Sucata (1990), Dona Armênia voltou à cena em Deus nos Acuda (1992) - Foto: Divulgação/Globo

Os mais novos podem ter na memória os inesquecíveis trabalhos de Aracy na comédia – sejam os escândalos de Dona Armênia e "suas três filhinhas" em Rainha da Sucata (1990) e Deus nos Acuda (1992) ou as gargalhadas desmedidas como Cassandra do Sai de Baixo (1996-2002). Mas foi no drama que a atriz se consolidou ao longo da carreira em novelas, como mocinha em tramas desde os anos 1960.

Nos anos 1970, seria a doce Gabriela no infantil Vila Sésamo (1972). Ainda teria destaque como a sofrida Maria Faz-Favor de Coração Alado (1980) e a perigosa Filomena Ferreto de A Próxima Vítima (1995), entre outros papéis marcantes. O último trabalho na TV foi no especial Juntos a Magia Acontece (2019).

Em mais de 60 anos de carreira, até a última cena, a vida íntima se manteve longe do estrelato. O que o público via era sua capacidade de criar tipos diversos, desde uma italiana amargurada a uma divertida e decadente socialite. A lembrança mais marcante seguirá sendo daquele riso frouxo, que divertia tanta gente nas noites de domingo.

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