Como o "Domingo Legal" deu a volta por cima e deixou a Record no chinelo
Desde março o "Domingo Legal" não sabe o que é terceiro lugar
Publicado em 13/04/2019 às 08:40
Depois de 10 anos sob o comando de Celso Portiolli, é agora que o "Domingo Legal" vive seu auge com o apresentador. Preterido em outros tempos, com sua extinção sendo cogitada e tendo perdido duas horas por mais de três anos para desenhos animados, o programa ganhou sua cara.
Celso Portiolli ganhou notoriedade como condutor de game-show. Com um timing perfeito, aliado a um ritmo narrativo extremamente bem executado, ele consegue conduzir uma atração do tipo com maestria.
A tarefa que recebeu em 2009 de substituir Gugu Liberato no "Domingo Legal" foi complicada e o dominical, nesse tempo todo, passou por inúmeros altos e baixos, mesclando games, musicais e até quadros de apelo emocional, que não faz o perfil de Portiolli.
Atualmente com uma trinca de games - "Passa ou Repassa", "Comprar É Bom, Levar É Melhor" e o retorno do "Xaveco" -, o "Domingo Legal" não sabe o que é perder para a Record desde o início de março. E ainda vem arranhando a Globo.
Apesar de ser composto apenas por game-show, o programa flui na medida certa e tem a cara do domingo, a cara do SBT e principalmente, a do apresentador.
Eletrizante, o "Passa ou Repassa" foi um clássico da década de 1990 que retornou em 2013. Quando perdeu duas horas para o bloco da Disney em setembro de 2015, o "Domingo Legal" dependia quase que exclusivamente dele. Tornando o dominical cansativo e arrastado, o "DL" passou mais de três anos com apenas duas horas (às vezes um pouco mais) e um amontoado de comerciais e merchandising.
A gente sabe que o comercial é o grande vilão da TV aberta, sobretudo numa concorrência ferrenha aos domingos. Ter Geraldo Luís em um show de chororô do outro lado também não é fácil, já que a audiência sobe a medida que as lágrimas aumentam.
Identidade
O retorno das quatro horas originais do "Domingo Legal" acabaram acontecendo agora em 2019 e o retorno do "Xaveco" foi peça fundamental nessa guerra.
A nostalgia da discoteca da década de 1990 com o frescor dos novos tempos foi imprescindível na conquista de audiência, e a Record acabou ficando no chinelo com o mesmo conteúdo que sempre apostou nos últimos anos.
Pautado somente pela distribuição de prêmios, alegria e torta na cara, o "Domingo Legal" acabou se tornando um dominical com o DNA do SBT.