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Derrota do vôlei feminino deixa clima de desolamento até entre os jornalistas

Repórter do NaTelinha esteve presente no Maracanãzinho


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Fotos: Lucas Félix/NaTelinha - Capa: Reprodução/Reality Social

O Maracanãzinho vivenciou na noite desta terça-feira (16) um dos seus piores dias na história. E também um dos mais fatídicos para a seleção feminina de vôlei, que perdeu para a China nas quartas-de-final do torneio na Olimpíada do Rio e se viu diante do pior resultado olímpico desde Seul, em 1988.

O palco de outros tristes momentos, como a derrota diante das cubanas no Pan de 2007, em outro tie-break aterrorizante, experimentou a sensação do fracasso ampliada em muitas escalas.

A tragédia da eliminação precoce surpreende de qualquer modo. Seja pela história recente dos Jogos, em que o Brasil havia vencido as duas últimas edições; seja pelas partidas anteriores, em que faturou o Grand Prix e passou invicto no mais amplo sentido na fase de grupos; ou seja pelo primeiro set, um 25 a 15 imposto com autoridade.

Nesse instante, o clima no ginásio abarrotado era de balada. O apoio vinha em maior volume do que na primeira fase, impulsionado justamente graças ao desempenho positivo na etapa inicial do torneio olímpico.

Porém aquela atmosfera pouco persistiria. Os sets seguintes propiciaram uma tensão gigantesca. Naquele instante, o coro de “eu acredito” ainda era real. Parecia ser um script para repetir a saga londrina na mesma quarta-de-final. Puro engano.
 
No penúltimo set, graças aos insistentes chamados do time, incluindo do banco de reservas, a torcida embarcou num ritmo insano que o Maracanãzinho ainda desconhecia nessa Olimpíada. O alívio após a retomada no meio da quarta etapa fez com que a confirmação do avanço na derradeira divisão soasse protocolar.

O que só aumentou a frustração quando o sonhado roteiro pareceu fora do lugar. Com os erros, o silêncio. O apoio cessou e a espera por um milagre que não chegou pouco durou. Com a confirmação da derrota para a China, as reações foram diversas. Crianças choravam, adultos saíam atordoados, encontrando novos usos para as bandeiras que antes erguiam orgulhosos. E um número significativo de pessoas gritava os nomes das atletas, muitas das quais prestes a deixar a Seleção em definitivo, e do técnico Zé Roberto. Outro coro puxado em substituição aos de “Brasil” foi um sem propósito “bicampeão”.

Na zona mista, o abatimento era geral. Até a festa dos chineses foi comedida em meio ao sentimento de quase luto que se instalou. Os profissionais da imprensa muitas vezes pareciam mais relutantes em lidar com o resultado do que ex-atletas como Virna, Fabi e Fofão, que estavam atuando como comentaristas e mantinham uma aparência mais serena. Além do meio esportivo, quem também circulava pelo local, mas como torcedor, era o ator e apresentador Dan Stulbach.

Tande, que tradicionalmente saudava de longe Zé, seu treinador no ouro de 1992, após as vitórias, dessa vez desceu do espaço da Globo para o encontrar pessoalmente. Foi acompanhado pelo narrador Luis Roberto, que também demonstrava abatimento diante de uma das maiores zebras nos esportes coletivos na Rio 2016. O locutor igualmente prestou seu apoio.

O técnico, aliás, não mudou seu ritual, atendendo todos os meios presentes, incluindo os internacionais e de rádio. Permaneceu até o apagar das luzes, quando parte das estruturas provisórias começou a ser desmontada. Era a desmontagem do cenário que não será apagado tão cedo da memória dos fãs de voleibol.

Além da eliminação

A observação das posições vazias revela outras curiosidades. A OBS (Olympic Broadcast Center) recomenda que as entrevistas durem entre 60 e 90 segundos, por exemplo. Todos os profissionais também são abastecidos com guias completos trazendo detalhes sobre as equipes que entram em quadra.


Cartazes pedem: "Por favor, cada entrevista deve durar de 60 a 90 segundos no máximo";
e "por favor, note que esta plataforma é dedicada para as posições de câmeras, não para os espectadores"

E o acesso para as cabines, que tomaram um espaço significativo e de boa visão, chega a ser fácil se comparado com o rigor do isolamento das câmeras, sejam as utilizadas no sinal internacional, sejam as que abastecem os telões para o público interno.

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