Dor lombar: por que o diagnóstico correto é decisivo para evitar a cronificação
Publicado em 19/12/2025 às 16:41
A dor lombar é hoje a principal causa de incapacidade no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O impacto vai além do desconforto físico: limita a mobilidade, compromete a produtividade e afeta diretamente a qualidade de vida de milhões de pessoas. Para o Dr. Alesson Marinho Miranda, médico anestesiologista e especialista em medicina da dor, o grande desafio está em evitar que um quadro inicialmente agudo evolua para a dor crônica, um processo muitas vezes silencioso, mas devastador.
“Nem toda dor lombar é igual”, destaca o especialista. Segundo ele, a lombalgia pode ter múltiplas origens, como lesões musculares, hérnia de disco, traumas, infecções, alterações degenerativas da coluna ou até doenças sistêmicas. Sem um diagnóstico preciso, o tratamento pode não apenas falhar, mas agravar a condição subjacente. “Tratar a dor sem entender sua causa é como apagar o alarme sem investigar o incêndio”, compara.
Com formação em anestesiologia pela Santa Casa de São Paulo e residência médica em medicina da dor pela UNIFESP, Dr. Alesson construiu uma trajetória marcada pela atuação clínica, produção científica e presença constante em eventos internacionais de alto impacto. Sua experiência inclui observership nos Estados Unidos pela Texas Tech University e fellowship latino-americano em neuromodulação, área na qual se tornou referência em procedimentos intervencionistas baseados em evidências científicas.
Atualmente, além de chefiar o serviço de anestesiologia de um hospital em Natal (RN), ele é CEO da clínica que leva seu nome, reconhecida como referência no tratamento da dor. Em sua prática diária, o médico observa que muitos pacientes chegam após longos períodos de automedicação ou tratamentos inadequados. “O uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios pode mascarar sintomas importantes, atrasar o diagnóstico e gerar efeitos colaterais relevantes”, alerta.
Outro ponto crítico é a cronificação da dor. Quando não tratada corretamente, a dor lombar pode se tornar persistente, levando a alterações neurológicas e comportamentais que dificultam ainda mais o tratamento. “A dor crônica deixa de ser apenas um sintoma e passa a ser uma doença em si”, explica o especialista.
Para evitar esse cenário, o Dr. Alesson defende uma abordagem multidisciplinar e individualizada. O primeiro passo é sempre uma avaliação médica detalhada, que pode envolver exames de imagem quando indicados. A partir daí, constrói-se um plano terapêutico que pode incluir medicamentos no curto prazo, mas com foco principal em terapias de movimento, como a fisioterapia, além de procedimentos intervencionistas quando necessários.
“Cada paciente é único. O tratamento eficaz é aquele que respeita essa individualidade e se baseia em ciência, com um planejamento medicamentoso, procedimentos intervencionistas e mudança de hábitos”, conclui.