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"Jornal da Record" teve melhor série de entrevistas com presidenciáveis

Território da TV


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Celso Freitas e Adriana Araújo comandam o "Jornal da Record"

Além das tantas sabatinas realizadas por jornais e sites, quatro telejornais tiveram até agora uma sequência de entrevistas com os candidatos ao posto mais relevante da República.

"Jornal Nacional", "Jornal das 10", "Jornal da Globo" e "Jornal da Record" ouviram os principais candidatos. Ou quase todos. A presidente Dilma Rousseff ignorou o "J10" e o "JG".

No caso do segundo, as perguntas que seriam feitas foram lidas no ar. Os apresentadores destacaram que foi a primeira ausência de um convidado para as conversas globais desde 2002, quando as rodadas se tornaram fixas.

Outra polêmica causada por Dilma é o local em que concedeu suas entrevistas: o Palácio da Alvorada. William Bonner, Patrícia Poeta, Adriana Araújo e Celso Freitas foram deslocados para capital federal quando ouviram a candidata a reeleição.

Globo

O "JN" realizou as primeiras entrevistas dentre as citadas e certamente as que mais repercutiram.

Muitos partidários de todos os candidatos reclamaram do tom agressivo dos apresentadores, como se esquecessem das três disputas mais recentes.

As perguntas foram bem elaboradas, mas as réplicas se mostraram ineficientes e alguns dos ouvidos praticamente discursaram quando não estavam nos embates com Bonner e Poeta.

A dupla do "Jornal da Globo" se saiu melhor na condução dos mais de 20 minutos intercalados com um break e gravados e foi muito bem para o perfil mais nichado da atração, com enfoque econômico.

O "Jornal das 10", da Globo News foi o mais chapa-branca para todos, que tiveram questões mais leves colocadas em pauta por Renata lo Prete. Ele também exibiu as entrevistas gravadas.

Record

A única sabatina presidencial (além do debate) do grupo Record nesse primeiro turno foi a do "JR". Talvez por isso tenha sido preciso apelar para encaixar uma questão de Heródoto Barbeiro (Record News) e outra da redação do portal da emissora.

As entrevistas do "Jornal da Record" foram também as mais curtas (12 minutos) e as únicas dentre as citadas que ouviram sete dos principais candidatos (todos que tem partidos representados na Câmara).

O tempo reduzido surpreendentemente não atrapalhou tanto. Seja por orientação prévia ou surto de bom senso, os candidatos se adaptaram e deram respostas mais sucintas.

Destacou-se também a firmeza dos firmes entrevistadores, astutos ao muitas vezes repetirem um questionamento base com outras palavras na busca pela melhor resposta.

Outro ponto louvável foi o bate-bola final ao melhor estilo Marília Gabriela com perguntas padrão para todos sobre temas como criminalização da homofobia e redução da maioridade penal.

No espaço dado aos extremistas nanicos, eles foram tratados com seriedade, embora muito teimassem em aproveitar a vitrine para uma espécie de apresentação.

O único grande revés foi a péssima qualidade da imagem de Brasília. Não fosse pelo selo de "ao vivo", passaria fácil como de pelo menos quatro anos atrás.

Mas além dos detalhes técnicos, o triunfo de certa harmonia mesmo em momentos tensos deixa o "Jornal da Record" parcialmente com a série mais produtiva e possivelmente mais útil aos telespectadores indecisos.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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