Publicado em 11/07/2023 às 15:00:00,
atualizado em 11/07/2023 às 15:52:50
Sucesso nos anos 1980, o Balão Mágico volta à mídia nesta quarta-feira (12), com a estreia do documentário A Super Fantástica História do Balão, no Star+. A série pretende mostrar os bastidores do grupo infantil, cuja trajetória foi marcada por lendas, como a do “Fofão Assassino”.
Com o sucesso do personagem na TV, famoso pelas enormes bochechas que compunham a fantasia, o Fofão virou boneco na década de 1980, comercializado pela empresa Mimo. Logo começaram a surgir os boatos de que o brinquedo vinha com uma faca guardada dentro da cabeça.
A lenda dizia que havia um punhal negro entre os preenchimentos do boneco, que mataria as crianças à noite. Rolou até um papo de que o intérprete do personagem, Orival Pessini, teria feito um pacto com o diabo em troca de fama e dinheiro. Por meio do Fofão, o mal entraria na casa das famílias.
Não demoraram a surgir teorias de que, no programa Balão Mágico – que ficou no ar na Globo entre 1983 e 1986 –, Fofão levaria aos pequenos telespectadores mensagens subliminares que incitavam crimes e violência. O mesmo valia para os discos lançados pelo personagem.
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Em 2015, Deusenir Prieto, gerente de desenvolvimentos na fabricante Mimo, deu uma entrevista à revista Mundo Estranho e falou sobre os boatos envolvendo o boneco do Fofão. Ele explicou que a suposta adaga entre as microesferas de isopor que preenchiam o Fofão era sua sustentação.
“Como esse material [as esferas de isopor] não nos dava estabilidade no boneco, precisei desenvolver uma estrutura em que se fixava a cabeça”, lembrou ele, que ajudou a desenhar o boneco. A tal adaga preta nunca foi afiada, metálica ou cortante, como a faca inventada na lenda urbana.
As esferas funcionam como a coluna vertebral do boneco. Caso ele fosse apertado, um formato pontiagudo poderia ser sentido entre o preenchimento, o que pode ter dado origem à lenda. Fato é que muitos acreditaram nela – e chegaram a queimar o boneco do pobre Fofão, para “quebrar a maldição”.
Orival Pessini, criador do personagem Fofão, morreu em 14 de outubro de 2016, aos 72 anos, vítima de um câncer no baço. Seu último trabalho como ator, sem máscara, foi na minissérie Amores Roubados (2014), da Globo. Ele também participou dos filmes derivados da novela Carrossel, lançados em 2015 e 2016, como o Sr. Campos.
O artista ficou famoso por incrementar suas criações com uso de máscaras de látex. Sua estreia na televisão foi em 1963, no programa Quem Conta um Conto, da extinta Tupi. Ele ainda participou do humorístico Planeta dos Homens, exibido entre 1976 e 1982 na Globo, interpretando os macacos Sócrates e Charles. Depois, veio a fama no elenco do Balão Mágico.
De tanto sucesso, o Fofão acabou ganhando um programa próprio, na Band, onde apresentava quadros humorísticos e desenhos animados. Outro de seus personagens bastante lembrados é o Patropi, da Escolinha do Professor Raimundo, nos anos 1990.
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