Publicado em 09/02/2022 às 09:18:00, atualizado em 09/02/2022 às 12:47:52
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Durante a edição do programa Opinião, comandado pelo jornalista William Travassos, na Jovem Pan News, o ex-BBB e comentarista político Adrilles Jorge causou revolta ao supostamente fazer uma suposta saudação nazista nesta terça-feira (8). Ao final de sua fala, ele fez uma variação do "sieg heil", saudação usada por Hitler e seus apoiadores na Alemanha Nazista. Após a repercussão do caso, ele foi demitido do grupo JP. A informação foi confirmada pela assessoria do canal.
"O nazismo matou 6 milhões de judeus, o comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas e hoje é visto aqui no Brasil como uma coisa livre, absolutamente liberada, com partidos normalizados", disse o comentarista. Em seguida, o apresentador da atração fala por cima de Adrilles, anunciando o fim do programa.
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O ex-BBB, então, leva a mão estendida à altura do rosto, num gesto parecido com a saudação nazista de Hitler. Ao notar o constrangimento do comentarista Diogo Schelp, com quem debatia a polêmica envolvendo o podcaster Monark – que defendeu a existência de um partido nazista no Brasil –, e do apresentador William Travassos, Adrilles riu. "Surreal, Adrilles", disse Travassos.
De acordo com a Lei Federal nº 7.716, de 1989, apologia ao nazismo é crime no Brasil. O texto define no artigo 20 a pena de reclusão para quem defenda tais ideias. No caso do "Flow" e do gesto feito por Adrilles Jorge no programa "Opinião", é considerado que a propaganda foi feita por meios de comunicação. Para estas situações, há agravante do crime e o tempo máximo de reclusão é de cinco anos.
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"A insanidade dos canceladores ultrapassou o limite da loucura . Depois de um discurso meu veemente contra qualquer defesa de nazismo, Um tchau é interpretado como um saudação nazista . Nazista é a sanha canceladora que não enxerga o próprio senso assassino do ridículo".
Adrilles Jorge
"Fui demitido da jovem pan . Por dar um tchau deturpado por canceladores . Infelizmente a pressão de uma turma canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito . Agradeço a Jovem Pan pela oportunidade e a todos os amigos q lá conquistei e que em mim confiam e apoiam"
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Adrilles Jorge
Procurada, a Jovem Pan News enviou o seguinte comunicado:
"O Grupo Jovem Pan repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias. Somos veementemente contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais.
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No exercício diário de informar e esclarecer nossa audiência, prezamos pelo livre debate de ideias, mas não endossamos qualquer tipo de manifestação que leve ao discurso de ódio e reforce ideias que remetam a um episódio da nossa história que deve ser lembrado como símbolo de um erro da humanidade que não deve jamais ser repetido.
Nossos comentaristas têm independência para emitir opiniões, respeitando os limites da lei, opiniões estas que não refletem as posições do Grupo Jovem Pan"
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Em nota, a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) condenou a postura de Adrilles: Confira:
"A CONIB (Confederação Israelita do Brasil) condena estarrecida o gesto repugnante de saudação nazista feito pelo apresentador Adrilles Jorge em programa da Jovem Pan. O nazismo propaga uma visão de mundo racista, antissemita e totalitária, que causou a morte de 6 milhões de judeus e minorias como homossexuais, negros, ciganos e outras, e detonou uma guerra mundial catastrófica para a humanidade.
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Episódios de apologia ao nazismo devem ser combatidos com todo o rigor da lei brasileira e repelidos pela sociedade como um todo. A CONIB, em nome da comunidade judaica, agradece as manifestações de apoio diante desses fatos lamentáveis e agradece também a todos que vêm manifestando indignação e repulsa diante deles. A luta contra o racismo e o discurso de ódio deve ser uma luta de todos".
Monark e seu comentário polêmico sobre o partido nazista
A polêmica começou com o comentário de Monark durante entrevista com as deputadas federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP). "Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei", bradou. A deputada logo tratou de corrigir o apresentador. "Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco. O nazismo é contra a população judaica. Isso coloca uma população inteira em risco", disse Tabata.
Monark, no entanto, insistiu: "Se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”. E perguntou: “Você vai matar quem é anti-judeu? […] Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus]".
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A profissional tentou explicar que o judaísmo é uma identidade, religião e raça, mas Monark não mudou de opinião. Logo, as redes sociais foram inundadas com ataques ao apresentador. "Um imbecil este rapaz com podcast popular que defende a legalização do Partido Nazista no Brasil. Os nazistas mataram 6 milhões de judeus em escala industrial no Holocausto, além de centenas de milhares de romas (ciganos) no Porajmos", escreveu Guga Chacra.
Vale lembrar que pela Constituição Federal, a "veiculação de símbolos, ornamentos, emblemas, distintivos ou propaganda relacionados ao nazismo" é crime previsto e descrito como inafiançável e imprescritível.
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