Publicado em 22/03/2021 às 04:33:00,
atualizado em 22/03/2021 às 10:20:58
Com quase três mil mortes por dia na média móvel de Covid-19 e com as classes mais pobres passando necessidades sem um auxílio emergencial ou apoio do Governo Federal, amentaram os pedidos para os apresentadores de programas populares na TV local. Pessoas clamando por comida têm acontecido bastante, mas até leitos de UTI estão sendo solicitados.
O fato explodiu na semana passada, quando a apresentadora Silvye Alves, apresentadora do Cidade Alerta GO, da Record Goiás, desabafou sobre a pressão que jornalistas locais estão sofrendo na pandemia. Com o povo sem apoio, a única solução para muitos é procurar programas que sempre puderam resolver os problemas de pessoas humildes de alguma forma.
"As pessoas acham que a gente é de ferro, mas a gente não é. Não aguento mais gente pedindo UTI pra gente. A gente não consegue. Nem dinheiro pra isso a gente tem. Enfim... Me perdoem a emoção", disse a apresentadora, bastante emocionada e chorando, logo depois de exibir um vídeo que viralizou nas redes sociais onde um músico toca o seu violino no enterro da própria mãe.
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A reportagem do NaTelinha conversou com Silvye Alves e ela relatou que já conhecia o violinista. O choro só acentuou o que ela já sentia faz algum tempo. A apresentadora também reforçou o pedido que recebe de pessas carentes sobre UTI para parentes. Hoje, Goiás tem uma lista de espera para vagas.
"Está difícil demais. É muita coisa que a gente vê, muito pedido que não pode realizar, é bem difícil tudo isso. Até evito passar aquele tipo de imagem no ar. Eu não tinha visto o vídeo antes, acabei que não me segurei", afirmo ela.
Se a dor não é interna pela perda de um parente, é pela fome. Hoje, Salvador vive um caos. Está com mais de 90% dos leitos adultos ocupados. A capital e todo o estado estão em toque de recolher desde a primeira semana do ano. Com a economia abalada, muita gente está indo para as portas das TVs pedir cesta básica ou algum tipo de alimento para ter o que comer.
José Eduardo, apresentador do Balanço Geral na Bahia, confirmou que frequentemente vem chegando na emissora para trabalhar e recebe esses pedidos. Por "sorte", ninguém lhe pediu um leito de UTI. Mas comida básica é bastante frequente.
"Canso de chegar na TV e as pessoas desesperadas na porta me gritam: 'Me ajude tenho filho e lá em casa não tem nada pra comer. Me ajude com uma cesta básica'. É difícil ver o povo nessa situação“, afirma Zé. A grande diferença é que, dessa vez, nem mesmo os grandes resolvedores de problemas conseguem dar conta de encontrar uma solução para um momento tão difícil.
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