Irritado, Bolsonaro ataca João Dória na Band: "Esse calcinha apertada"

Jair Bolsonaro participou do Brasil Urgente, programa de José Luiz Datena na Band, nesta sexta-feira (15) e atacou no ar o governador de São Paulo, João Dória. O presidente respondeu as críticas do seu rival político e o chamou de “calcinha apertada”. Na TV, o chefe do executivo brasileiro distorceu a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) ao comentar os problemas que estão ocorrendo em Manaus.

“Alguns governadores, que estão com o João Dória, queriam quebrar o Brasil pra botar na minha conta. Mas e o João Dória tivesse um mínimo de vergonha na cara, esse calcinha apertada, ele falaria que o Supremo Tribunal Federal me tirou de combate para as ações contra a Covid”, disparou Bolsonaro.

Mais cedo, João Dória fez uma coletiva de imprensa para atualizar a situação do estado de São Paulo em relação ao combate da Covid-19. Durante o evento, ele avisou que dezenas de crianças recém-nascidas de Manaus iriam para a capital paulista, por causa da falta de oxigênio na capital da Amazonas. Em um momento de irritação, ele chamou Bolsonaro de “facínora”.

O governador usou o nome de Bolsonaro em 2018, quando eles eram candidatos a governador e presidente, respectivamente, para vencer as eleições, criando o termo “BolsoDória”. Contudo, a partir de 2019, os dois passaram a rivalizar e os ânimos ficaram mais acirrados em 2020, quando a pandemia deu início.

Vira e mexe, eles trocam farpas publicamente. Agora a batalha de ambos é pela vacinação em massa contra o coronavírus. O governo federal pretende iniciar a campanha a partir de 19 de janeiro em vários municípios, enquanto o estado de São Paulo marcou a data para 25 do mesmo mês.

Essa briga tem a ver já com as eleições de 2022. Bolsonaro é considerado nome certo para tentar a reeleição, enquanto João Dória tem sido colocado como principal nome para representar a centro-direita na disputa pela presidência da república.

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Bolsonaro e o tratamento precoce

Bolsonaro voltou a defender no Brasil Urgente o “tratamento precoce”, com uso de medicamentos que a OMS já informou que é ineficaz. Esse é também um dos motivos das críticas que o presidente tem recebido de diversas autoridades e grupos políticos.

O coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas, em Manaus, no Amazonas, Anfremon Neto, desabafou nas redes sociais na quinta-feira em relação ao comportamento do Governo Federal em relação ao problema na cidade. O médico relatou que todos os pacientes que ele atendeu fizeram o uso precoce de medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde sem eficácia comprovada.