Publicado em 24/09/2020 às 04:30:00
Os funcionários de dramaturgia do SBT temem que as demissões em massa que a emissora promoverá até o final do ano, acabem com o setor que vem apostando desde 2012 em tramas infanto-juvenis. A maior parte dos contratos de elenco da segunda temporada de As Aventuras de Poliana, que está com as gravações suspensas e sem previsão de retorno por conta da pandemia, vence no final de outubro e ainda não houve sinalização para renovação. Nos bastidores o temor é que o projeto seja cancelado e só retorne após viabilização financeira.
Diante da queda de faturamento por conta da pandemia, o SBT promoverá um corte de cerca de 20% dos seus funcionários até o fim do ano, numa tentativa de equalizar sua receita com as despesas. Atualmente o SBT possui pouco mais de dois mil trabalhadores.
A maioria dos contratos fixos do departamento de dramaturgia da emissora se encerra no dia 30 de outubro e há uma cláusula de renovação automática. Porém, cabe ao SBT demonstrar o interesse em renovação com até 30 dias de antecedência. O prazo está para vencer na próxima semana e até agora o RH da emissora não procurou nenhum ator para manter o vínculo. Em 2019, quando houve a renovação, no início de setembro já haviam reuniões planejando um novo contrato, o que é muito diferente neste momento.
O NaTelinha apurou que a intenção é liberar o elenco, dar uma pausa no setor e recontratar os atores quando houver viabilidade financeira e segurança para retomar as gravações. Mas isso pode gerar um problema, já que sem contrato, os artistas em questão estarão livre no mercado para negociar com outra emissora.
Foi o que aconteceu com José Condessa, que fazia parte do elenco de Salve-se Quem Puder, mas não renovou seu vínculo com a Globo para continuar na novela porque recebeu convite para voltar a Portugal. Mesmo assim, a cúpula do SBT avalia que a economia vale o risco.
Uma fonte ouvida pela reportagem contou que diante da pandemia e crise econômica sem fim, o SBT está realizando estudos para adequar a empresa à nova realidade em todos os setores. Porém, negou que a teledramaturgia irá fechar por definitivo.
Procurada, a assessoria de comunicação do canal não se manifestou.
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Em recente entrevista ao NaTelinha, o ex-CEO do Grupo Silvio Santos, Guilherme Stoliar, falou sobre a crise financeira que atinge a TV aberta e que isso deveria ser motivo de preocupação para todo mundo. "Eu acho que tem que haver uma preocupação, de quem quer que seja e principalmente do governo, na proteção dos interesses, não nos donos da TVs abertas, mas naquilo que a TV aberta levará ao público brasileiro. Isso é algo que me preocupa e um recado que deixo para todos", comentou ele.
Stoliar explicou que a crise financeira começou já no ano passado, antes da pandemia e mostrou dados. "A partir de 2015 se instalou uma crise econômica no Brasil e a televisão aberta teve uma perda de receita no final de 2019 de 40%. A TV aberta teve uma receita de 100 no ano de 2014, vamos chamar de ano de ouro dos últimos anos, e em razão da crise a receita da televisão aberta começou a baixar e ela passou a ser de 60% do que era em 2019. Em 2020 por causa da pandemia caiu mais ainda."
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